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“É difícil do pouco que ganhamos comprar máscaras” para prevenção da covid-19

angoche-pontecais

Com a pandemia em ascensão pela Província de Nampula no Município costeiro de Angoche ignoram-se as medidas de prevenção: quase ninguém usa máscara facial, não se tenta lavar as mãos, não há distanciamento físico e à sexta-feira todos aglomeram-se nas mesquitas! “Aqui as únicas alternativas para a vida são a pesca e pequenos negócios, mas com o estado das estradas dificilmente aparecem compradores por isso é difícil do pouco que ganhamos comprar máscaras”.

As medidas de prevenção da pandemia respiratória causada pelo novo coronavírus aparentam ser simples de cumprir mas não estão ao alcance da maioria dos moçambicanos que não tem um emprego formal que lhe proporcione rendimentos mensais.

“Aqui as únicas alternativas para a vida são a pesca e pequenos negócios, mas com o estado das estradas dificilmente aparecem compradores por isso é difícil do pouco que ganhamos comprar máscaras a 20 Meticais, até porque ainda não tivemos nenhum caso da doença cá em Angoche”, disse ao @Verdade um jovem no meio de uma aglomeração que todos os dias repete-se no mercado de peixe localizado a poucos metros da ponte cais municipal.

O @Verdade apurou que apesar de milhões de dólares em apoios internacionais recebidos pelo Governo de Filipe Nyusi os cidadãos mais vulneráveis do Município de Angoche nenhum ajuda financeira receberam e nem mesmo beneficiaram de apoios em máscaras ou de artigos para a sua higiene e prevenção da pandemia.

Neste local, um dos pontos de passagem obrigatória e paragem obrigatória de uma dos maiores municípios da Província de Nampula, cruzam-se barcos de pesca e pequenas embarcações de transporte marítimo de passageiros que operam superlotadas, sem coletes salva-vidas, onde o distanciamento físico não é possível, embora grande parte dos viajantes não tenha máscara de protecção facial e nem sequer seja obrigado a lavar as mãos antes de embarcar, embora o acesso a água canalizada não seja um grande problema em Angoche.

Mas se não há dinheiro para cumprir as medidas de prevenção da covid-19, desde Março de 2020 apenas 17 indivíduos testaram positivo para o SARS-CoV-2 e nenhum precisou de ser internado, o @Verdade constatou que recursos não faltam para grande parte dos jovens e adultos do sexo masculino juntarem-se nos locais de venda de bebidas alcoólicas de fabrico caseiro.

“Tenho acompanhado a doença pela rádio, por aqui são poucos os que dão conta da prevenção, há muitos aglomerados, consumo excessivo de álcool e os serviços de saúde não estão preparados se o novo coronavírus propagar-se até aqui”, relata o pescador Salimo Abacar lamentou o comportamento dos crentes “mesmo com os apelos aglomeram-se nas horas de rezar sobretudo à sexta-feira a violação do Decreto do Presidente é notória”.

O @Verdade constatou que não existem meios para a realização de testes da covid-19 no Hospital Rural de Angoche, os poucos casos suspeitos tem sido encaminhados para o Laboratório do Hospital Central de Nampula. Por outro lado não foi criado no Município de Angoche nenhum local para o isolamento de algum doente da pandemia.

A viúva Sara Macassar é outra das poucas munícipes preocupadas com o incumprimento das medidas sanitárias para o controle da pandemia respiratória tendo destacado que as limitações impostas para a realização dos funerais são ignoradas, “andamos com medo porque há muitas mortes e mal conhecemos as reais causas e ainda assim continuam a haver enchentes e não mudamos a maneira de preparação dos corpos dos finados obedecendo os nossos hábitos e costumes islâmicos”, que passam pela lavagem por parte dos familiares mais próximos e os cadáveres não são colocados em caixões mas apenas embrulhados em capulanas ou lençóis.

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