O Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG-Região Metropolitana de Maputo) está a efectuar trabalhos de melhoria e extensão da rede de abastecimento do precioso líquido nos municípios de Maputo, Matola, Boane, e no distrito de Marracuene, que, uma vez concluídos, vão permitir a realização de mais de 10 mil novas ligações, correspondentes a mais de 50 mil famílias, bem como contribuir para a redução de perdas.
Os trabalhos consistem na eliminação de “esparguetes” nos bairros de expansão. Trata-se de ligações de grandes comprimentos feitas no limite da rede, que ficaram danificadas devido à erosão dos solos e à circulação de viaturas de grande tonelagem. No seu lugar, estão a ser colocados novos ramais. Paralelamente a estes trabalhos, estão a ser lançadas novas condutas nos bairros que se ressentiam da falta de água ou da queda de pressão.
Trata-se de cerca de 170 quilómetros de rede de abastecimento de água, que vão beneficiar moradores da cidade da Matola (bairros Matola A e C, com 27 kms), posto administrativo da Matola-Rio (bairros Djuba, Jonasse e Beluluane, com 80 kms), cidade de Maputo (bairros Mapulene e Albasine, com 15 kms), município de Boane (bairros Fish, Gueguegue e Massaca, com 7 kms), assim como os abastecidos pelos centros distribuidores da Machava (bairro Bunhiça, com 18 kms), e de Tsalala (bairros Mahlampsene, Tchumene e Mulotana, com 20 kms).
Conforme explicou o director de Distribuição em Baixa do FIPAG-Região Metropolitana de Maputo, João Francisco, as obras vão decorrer num período de 45 dias, mas, devido à realização de trabalhos adicionais, tais como a execução de novas ligações e transferência de ramais, o seu impacto no dia-a-dia dos consumidores poderá ser visível num prazo máximo de 60 dias.
“É um trabalho estruturante que está a ser executado e esperamos que no fim haja um incremento de novas lojas ligações e redução significativa de perdas físicas, que é o que se perde na via pública devido a vários factores. A implementação deste projecto custou cerca de 150 milhões de meticais, e nos próximos anos seguir-se-ão outras acções com vista à redução de perdas. Começamos com cerca de 50% (de volume de perdas) e estamos, neste momento, com 48%”, disse.
Ainda no que diz respeito à redução de perdas, João Francisco fez saber que o FIPAG-Região Metropolitana de Maputo reforçou as suas equipas de manutenção da rede com vista à reparação de fugas de forma célere. “Temos muitos desafios nesta área, mas todo o esforço está a ser feito no sentido de ultrapassá-los. Criámos um comité de gestão de perdas justamente para olhar para esses aspectos e dar uma melhor resposta. O objectivo é reduzir as perdas físicas até 35%, e atingir 33% de água não facturada até 2024”.
Entretanto, o FIPAG-Região Metropolitana de Maputo está a instalar um sistema de abastecimento, composto por bombas e 10 reservatórios de 10 mil litros cada, com uma capacidade de 100 metros cúbicos, para abastecer cerca de 1000 clientes de uma zona alta dos bairros Djuba B e Beluluane.
“Vamos receber a água na estação elevatória em construção e bombeá-la para as residências. Apesar de termos, neste momento, cerca de 1000 clientes, a estação tem uma capacidade para abastecer cerca de quatro mil”, frisou João Francisco. Sobre este aspecto, Ana Maposse, líder comunitária do bairro Djuba B, mostrou-se feliz com a implementação deste projecto naquela zona, uma vez que há casas que ainda não têm água canalizada. “Vamos poder resolver o problema dessas famílias, que são cerca de 1350. As que têm torneiras não têm razões de queixa. A água jorra 24 horas por dia”.
Já no bairro Mulotana Bile, Jorge Matonse, representante dos moradores, considerou que, mais do que estender o abastecimento do precioso líquido a outras áreas ou quarteirões, o projecto vai mitigar os riscos de consumir água fornecida pelos camiões cisterna pois é de origem duvidosa, sem contar que cada família desembolsava, para a sua aquisição, mais de cinco (5.000) mil meticais por mês”.