Chegaram à Cidade de Maputo 200 mil doses de vacina contra a covid19, doadas pelo Governo da China promovendo “nova esperança para vencer a pandemia”. No entanto o Governo de Filipe Nyusi não revela que destino vai dar às cerca 20 mil doses que vão sobrar após a imunização de todos os profissionais de saúde em Moçambique.
Aterrou na Base Aérea de Mavalane, pouco depois das 15 horas desta quarta-feira (24), um cargueiro militar proveniente da República Popular da China com 200 mil doses da vacina VeroCell (SARS-CoV-2 Vaccine) e seringas para sua administração, fabricadas pela Farmacêutica chinesa, Sinopharm (Beijing Institute of Biological Products).
Wang Hejun, embaixador do país asiático onde a pandemia eclodiu em finais de 2019, disse no acto oficial que apesar da China estar “sob grande pressão e a demanda por vacinas ainda seja enorme, decidiu fornecer a Moçambique um donativo de vacinas contra a covid-19, tornando Moçambique num dos primeiros países africanos a receber vacinas chinesas”.
“O donativo não só representa plenamente a profunda amizade entre os dois Chefes de Estado, como também promove uma nova esperança para vencer a pandemia” acrescentou o embaixador Hejun que anunciou “a parte chinesa está disposta a facilitar a obtenção de vacinas por Moçambique”.
O primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, recebeu a dádiva chinesa mas não revelou que destino será dados às vacinas remanescentes deste lote que chega e sobre para imunizar, em duas doses, os cerca de 76 mil profissionais de saúde existentes no país.
“O Governo adoptou uma estratégia de vacinação no âmbito da prevenção e combate da COVID-19 que prioriza grupos de alto risco como por exemplo os profissionais de saúde, entre outros que estão na linha da frente no combate a esta pandemia. Mais detalhes sobre o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19 serão oportunamente divulgados pelo Ministério da Saúde”, declarou Carlos Agostinho do Rosário.
Questionado pelo @Verdade sobre os 10 mil cidadãos que serão vacinados com este lote, após os profissionais de saúde, o ministro Armindo Tiago apenas declarou: “vamos reaorganizar”.
Administrada em duas doses, num intervalo de 3 semanas, a vacina produzida pela Sinopharm tem uma eficácia de 79 por cento e em África, antes de Moçambique, só foi disponibilizada às Seicheles, Zimbabwé, Egipto, Guiné Equatorial e Senegal.
Para imunizar até 20 por cento da população Moçambique continua a aguardar pelas vacinas que deverão ser disponibilizadas pela iniciativa Covax, inicialmente previstas para Fevereiro ou Março a chegada foi adiada para Maio pois o lote seria constituído por vacinas produzidas pela farmacêutica AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford mas que revelaram ineficácia contra a variante 501.Y.V2 do novo coronavírus, predominante no país.