Um atentado com uma moto-bomba perto de um hotel de luxo da cidade paquistanesa de Rawalpindi matou 34 pessoas, em mais um ato de violência que já deixou 2.400 mortos em dois anos no país. “Trinta e quatro pessoas morreram na explosão e 32 ficaram feridas”, declarou à AFP o porta-voz dos serviços de emergência do governo local, Deeba Shehnaz.
O ataque aconteceu em um centro comercial no qual se encontra um hotel de luxo de Rawalpindi, uma cidade guarnição próxima de Islamabad. Nos últimos dois anos, o Paquistão foi cenários de vários ataques executados em sua maioria por terroristas do Movimento dos Talibãs do Paquistão (Tehreek-e-Taliban-TTP). Paralelo a isso, o Exército paquistanês anunciou nesta segunda-feira ter tomado a cidade de Kanigurram, um dos principais redutos dos talibãs do Waziristão do Sul, no noroeste do Paquistão.
“Kanigurram foi completamente limpa dos terroristas”, declarou o porta-voz do Exército paquistanês, general Athar Abbas, em uma entrevista coletiva em Islamabad. “Depois de uma operação realizada casa por casa, limpamos a cidade de minas e bombas de fabricação caseira”, acrescentou. Desde 17 de outubro, mais de 30.000 soldados, apoiados por aviões de combate, helicópteros e artilharia, executam uma operação que pretende vencer os talibãs em seu reduto do Waziristão do Sul, região de fronteira com o Afeganistão.
Em função da violência, a ONU anunciou nesta segunda-feira a retirada de seus funcionários estrangeiros do noroeste do Paquistão, em consequência da insegurança na região. “O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, declarou a passagem à etapa IV (operações de emergência) na Província da Fronteira do Noroeste e as zonas tribais, com efeito imediato”, afirma um comunicado da ONU.
Ao mesmo tempo, as autoridades paquistanesas anunciaram uma recompensa de cinco milhões de dólares por qualquer informação que resulte na captura, vivos ou mortos, do líder do grupo TTP, Hakimullah Mehsud, e 18 de seus colaboradores. A recompensa aparece em um anúncio em preto e branco do governo na primeira página do jornal The News Daily, assim como em anúncios televisivos exibidos nos principais canais do país.
“O governo pagará uma recompensa a qualquer pessoa que capturar estes terroristas, vivos ou mortos, ou fornecer informações concretas”, afirma o anúncio. “Os terroristas do ilegal Tehreek-e-Taliban estão envolvidos diariamente em atividades sangrentas que matam muçulmanos inocentes”, completa.
A maior recompensa, de 50 milhões de rúpias (600.240 dólares), pesa sobre a cabeça do líder do TTP, Hakimullah Mehsur, e seus dois colaboradores mais próximos, Wali ur-Rehman Mehsud e Qari Hussain Mehsud, este último considerado o responsável pelo treinamento dos homens-bomba do grupo.