Gerald Martin, o homem que passou os últimos 18 anos dedicado à literatura de Gabriel García Márquez, declarou acreditar que a obra do Prêmio Nobel colombiano chegou a seu ponto final. “Ele disse que passa o tempo todo escrevendo, mas se me perguntam se ele vai fazer coisas novas, eu digo que acho que não”, afirmou em entrevista à AFP o autor da biografia ‘Gabriel García Márquez – Uma vida’, lançada esta semana no México.
O crítico inglês não descarta, no entanto, que sejam publicadas coisas que as pessoas já conhecem, como o conto “En agosto nos vemos”.
“Mas ele não vai escrever muito mais coisas”, acrescentou. Ante o silêncio público do escritor colombiano, a imprensa transformou este especialista em literatura latinoamericana e catedrático da Universidade de Pittsburgh numa espécie de seu porta-voz oficioso.
Sua associação com o escritor se justifica por seu monumental estudo do autor de “Cem anos de solidão”, a quem dedicou um terço de sua vida através de 300 entrevistas realizadas e 3.000 páginas escritas.
“Desde que li a primeira página de ‘Cem anos de solidão’, soube que o mundo havia mudado”, declarou Martin ao apresentar a ‘biografia tolerada’ por Márquez e que não compareceu ao lançamento da obra na capital mexicana, onde reside há anos.