O ex-chefe político dos sérvios-bósnios Radovan Karadzic é o “comandante supremo da limpeza étnica na Bósnia”, declarou esta terça-feira o promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia, no segundo dia do julgamento em Haia.
“Este processo é o do comandante supremo, um homem que explorou as forças do nacionalismo, o ódio e o temor para aplicar sua visão de uma Bósnia etnicamente dividida: Radovan Karadzic”, indicou o promotor Alan Tieger, enumerando as acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade que pesam contra Karadzic por seu papel na Guerra da Bósnia (1992-1995), com um saldo de 100.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados.
O julgamento de Karadzic foi reiniciado no TPI com a ausência do acusado, que voltou a boicotá-lo, como fez no primeiro dia, na véspera. “O tribunal é da opinião de que a audiência pode prosseguir em sua ausência”, declarou o juiz sul-coreano O-Gon Kwon, enfatizando que Karadzic escolheu “de forma voluntária” não se apresentar e deve aceitar as consequências. Radovan Karadzic, responsável pela própria defesa, anunciou na quarta-feira passada ao TPI, em um comunicado, que não estava preparado e boicotaria a abertura do processo, que tem duração prevista de dois anos.
Em setembro ele pediu sem sucesso 10 meses adicionais para preparar a defesa. Karadzic, 64 anos, é acusado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade por seu papel durante a guerra da Bósnia (1992-1995), que deixou 100.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados. Ele afirma que é inocente. Em julho de 2008 foi detido em Belgrado, depois de passar 13 anos como fugitivo.