As queimadas descontroladas que tendem a agravar-se em Moçambique estão a prejudicar a produção no sector do caju facto que poderá ditar ao não cumprimento da meta de comercializar entre 90 a 95 mil toneladas de castanha durante a presente época. Filomena Maiopue, directora nacional do Instituto de Fomento do Caju (INCAJU), reconheceu que o fenómeno já está ultrapassar a capacidade de controlo. Maiopue falava a margem da cerimónia oficial da abertura da campanha de comercialização deste produto, que teve lugar no posto administrativo de Intoculo, distrito de Monapo, na província nortenha de Nampula.
“Podia dizer que o INCAJU começa a sentir-se impotente para travar este fenómeno, com particular destaque para a províncias produtoras de caju, uma vez que a prática de queimadas está a assumir proporções alarmantes embora esforços estejam a ser envidados para conter este mal”, disse Maiopue, citada pelos jornal “Noticias”.
Sem citar dados numéricos, a fonte referiu que o fenómeno já afectou milhares de plantas em idade produtiva parte das quais tinham beneficiado de tratamento fitossanitário contra pragas e doenças que atacam esta cultura. “Vamos continuar a investir na educação e sensibilização das comunidades sobre os prejuízos que as queimadas provocam na economia nacional e em particular na receita da família, para podermos conter a evolução deste fenómeno”, assegurou Maiopue.
Maiopue apontou o fraco relacionamento entre os produtores e os intervenientes na comercialização e industriais do sector, como sendo um dos factores que dificulta as acções em curso ao nível do INCAJU para o plantio de novas mudas desta cultura a um ritmo desejável .
Por esta razão, milhares de novos clones de cajueiros que são multiplicados nos centros existentes no país ficam anos e anos sem serem comprados para posterior plantio numa altura em que se impõe a substituição dos cajueiros velhos.