No próximo fim de semana desce o pano sobre o Moçambola – a competição de expressão superlativa do futebol moçambicano. Será a jornada de todas as decisões. Do topo e do abismo. Na zona do topo, o Ferroviário de Maputo apresenta-se num plano algo destacado mercê dos 50 pontos (3 de vantagem) de que desfruta no pecúlio, tendo, por conseguinte, apenas precisão de um empate para inviabilizar qualquer veleidade do seu competidor mais próximo – Desportivo de Maputo (agora com um “handicap”de tres pontos)- e, consequentemente, revalidar o almejado título de campeão nacional.
Curiosamente, a derradeira etapa do Moçambola comportará o aliciante despique entre as duas formações. Enquanto na mó de baixo da tabela classificativa ainda persiste uma incógnita em relação aos companehiros do Ferroviário de Nacala na irreversível despromoção do Moçambola. Pois que, além do Chingale de Tete, Ferroviário de Nampula e FC Lichinga, todos com 28 pontos, também o Atlético Muçulmano e o Textáfrica de Chimoio, ambos com 30 pontos, estarão proíbidos de perder nessa jornada derradeira, sob o risco de hipotecarem inapelavelmente a sua permanência no escalão maior do futebol nacional.
E devido à angustiante complexidade de que se reveste o equacionamento dessas contas, é previsível que as calculadoras não venham a fruir de um lapso de trégua sequer ao longo do desenrolar da jornada que assinalará o epílogo da turbulenta competição. Obviamente, a apreensão que nos atanaza radica-se no espectro atroz dum eventual “descarrilamento” dos “locomotivas” de Nampula e consequente exclusão da respectiva província (com os inevitáveis contornos dum paradoxo face à sua condiçao de capital económica e política da região norte do país) da rota da próxima edição do Moçambola.
Que surge, afinal, como consequencia do percurso sinuoso manifestado, particularmente, nas três últimas épocas, em que a equipa se tem arrastado com um permanente “credo na boca”. A frustrante antevisão é agravada pelas ténues perspectivas (oxalá estejamos equivocados) que os seus representantes, Sporting de Monapo e Desportivo de Nacala, têm evidenciado na “poule” de qualificação em curso.
Sinceramente, confrange-nos esta dramática situação com que se confronta o Ferroviário de Nampula, baluarte insofismável do desporto provincial e detentor de um vasto e brilhante palmarés em diversas modalidades afins. Tem-te, nao caias do Moçambola, Ferroviário de Nampula !