O Fundo Monetário Internacional (FMI) dirigiu-se na quarta-feira aos países desenvolvidos, alertando que sua dívida pública alcançará em média 120% de seu PIB em 2014 e os incentivou a tomar medidas em várias frentes para reduzi-la. Com o aumento dos planos estatais de reactivação para tirar as economias da crise, os países desenvolvidos registrarão um aumento de sua dívida pública de 120% de su PIB no orçamento de 2014, estimou Carlo Cottarelli, director do departamento de assuntos orçamentários do Fundo, em uma entrevista publicada no site da instituição.
Enfatizando que a alta da dívida pública dos países industrializados é “sem precedentes em tempos de paz”, Cottarelli afirmou que os governos envolvidos deverão “tomar medidas em várias frentes” para evitar que o fardo da dívida não afogue suas economias, quando enfrentarem o “choque demográfico” que representa o envelhecimento de sua população.
Segundo o analista, “com o objectivo de reduzir a dívida pública para cerca de 60% do PIB nos próximos 20 anos”, os países desenvolvidos deverão passar dos déficits orçamentários que representam 3,5% do PIB em média, a excedentes da ordem de 4,5%.
Para este economista do FMI, “isso implica reformas para manter os gastos de saúde e de aposentaria a um nível constante em relação ao PIB”, mas também um congelamento dos gastos públicos por habitante e, inclusive, esforços maiores em relação à evasão fiscal ou a colocação em prática de impostos contra as emissões de gases poluentes.