O ministro do Interior admitiu nesta quarta-feira (27) que os Al Shabaab´s “envergam uniforme das FADM, usam drones para reconhecimento (…) inserem-se na comunidade constituindo famílias que lhe dão guarita social”, no entanto anunciou que as Forças de Defesa e Segurança estão no seu encalço nos distritos de Quissanga e Mocímboa da Praia.
Em silêncio há quase duas semanas, após anunciar “acções vitoriosas” contra o Al Shabaab, apelido dos terroristas entre as populações embora não tenham nenhuma ligação como o grupo homónimo da Somália, o ministro Amade Miquidade afirmou na Assembleia da República que “a situação de segurança em Cabo Delgado continua complexa, devido a adopção de técnicas de guerrilha, flagelação e fuga por parte dos grupos terroristas, e ainda pelo uso de populações civis como escudos humanos” .
“Eles têm o monopólio da violência, as FDS detém o monopólio da segurança. Por isso, eles não possuem bases fixas e publicamente conhecidas pelo que, sempre que as FDS se apercebem de uma base, atacam e destroem como tem acontecido e com incidência nas últimas semanas”, explicou o ministro do Interior.
De acordo com o governante “o inimigo está em fuga, em permanente movimento, em busca de refúgio seguro mas nós estamos no seu encalço, principalmente em zonas remotas dos distrito de Quissanga e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado”.
“Os terroristas envergam uniforme das FADM, usam drones para reconhecimento, aliciam algumas lideranças locais e religiosos, usam locais de culto para concentração e perpetrar ataques, inserem-se na comunidade constituindo famílias que lhe dão guarita social, desdobram-se em pequenos grupos e intensificam acções de retaliação e vingança nas populações indefesas”, admitiu.
Sem explicar aos deputados que estratégia o Governo tem para acabar com o terrorismo na Província de Cabo Delgado o ministro Miquidade argumentou que “neste momento o inimigo rapta pessoas para engrossar as suas caravanas. Essa táctica tem dois fins: dar a impressão de que são números e usa-los como escudos humanos na hora da fuga”.