Ignorando o Estado de Emergência declarado no passado dia 1 de Abril a Polícia da República de Moçambique (PRM) mantém mais de 2 mil estudantes na Escola Prática de Matalana com instrutores a entrarem e sair das instalações.
O decreto do Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança de Declaração do Estado de Emergência é claro na alínea c do seu número 3, todas aulas devem ser suspensas no ensino público e privado entre 1 e 30 de Abril, contudo o @Verdade apurou que mais de 2 mil jovens recrutados no início deste ano permanecem na Escola Prática de Matalana, na Província de Maputo, onde recebem formação para se tornarem agentes da PRM.
Confrontado pelo @Verdade o porta-voz da corporação, Orlando Modumane, argumentou: “Em relação a escola prática da polícia de Matalane queremos aqui dizer que dada a complexidade do recrutamento dos novos ingressos e da premente necessidade da formação dos agentes da lei e ordem, os indivíduos estão lá neste momento e foram garantidas as medidas de segurança e higiene”.
“A escola prática de Matalane é um local enorme, existem tendas e campos onde as pessoas estão albergadas e a seguir rigorosamente todas as medidas de higiene decorrentes do Estado de Emergência”, acrescentou o representante da PRM que acrescentou que as aulas decorrem normalmente.
Paradoxalmente a Polícia da República de Moçambique anunciou estar a deter centenas de cidadãos que estão a violar o Estado de Emergência. “Volvidos 17 dias da vigência do Estado de Emergência em Moçambique foram detidos em todo o território nacional 260 indivíduos indiciados na prática do tipo legal de crime de desobediência, tendo sido lavrados os respectivos autos processuais e pontualmente remetidos às outras instituições de administração de justiça para ulteriores seguimentos”.
De acordo com Modumane “as províncias de Nampula com 96 detidos, Cidade de Maputo com 58, Niassa com 42 e Maputo com 30 detidos dominaram o panorama das detenções por actos de desobediência e desacatos” e revelou ainda que na “Província de Gaza foram neutralizados, ouvidos e processados criminalmente dois indivíduos, ambos do sexo feminino, devidamente identificados nos autos, por terem gravado e posto a circular nas redes sociais um áudio de falsa informação dando conta que alegado chefe da polícia supostamente infectado pelo coronavírus estaria deliberadamente a desrespeitar as medidas de prevenção e contenção de propagação da pandemia de covid-19”.