Na perspectiva de amortecer o impacto que a pandemia do covid-19 vai ter em Moçambique o Banco Central reduziu neste domingo (22) o custo do dinheiro, através do relaxamento das condições de reestruturação dos créditos dos clientes bancários, e ainda injectou no mercado cambial interbancário 500 milhões de dólares norte-americano para tentar conter a desvalorização do metical.
Após ter reduzido, no passado dia 16, em 150 pontos base os coeficientes das Reservas Obrigatórias em moeda nacional e em moeda estrangeira, com efeitos a partir do período de constituição que inicia a 7 de Abril de 2020, o conselho de administração do Banco de Moçambique (BM) voltou a reunir de emergência e tomou duas novas decisões para “mitigação dos efeitos do covid-19”.
“Autorizar a não constituição de provisões adicionais pelas instituições de crédito e sociedades financeiras nos casos de renegociação dos termos e condições dos empréstimos, antes do seu vencimento, para os clientes afectados pela pandemia do COVID-19, com efeitos a partir do dia 23 de Março até 31 de Dezembro de 2020”, um decisão que deverá para reduzir o custo do capital e conduzir a redução da taxa de juro praticada pelos bancos comerciais.
O BM decidiu ainda: “Introduzir uma linha de financiamento em moeda estrangeira para as instituições participantes no Mercado Cambial Interbancário, no montante global de 500 milhões de dólares norte-americanos, por um período de nove meses, a partir do dia 23 de Março de 2020”.
Esta medida visa conter a falta de dólares no mercado, resultado da menor actividade de exportação dos megaprojectos do carvão e do adiamento de investimentos das petrolíferas com projectos na Bacia do Rovuma, e que tem estado a desvalorizar o metical que na sexta-feira (20) ultrapassou os 67 por dólar norte-americano.