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Linha Caia – Nacala atrasada, Governo autoriza EDM a importar gás natural liquefeito para demanda de energia no Centro e Norte

Linha Caia – Nacala atrasada

Mapa inserido na Estratégia da EDM 2018-2028Devido ao atraso na edificação da Linha de Transporte de energia entre Caia e Nacala o Governo autorizou a Electricidade de Moçambique (EDM) a importar gás natural liquefeito (GNL) para tentar responder a demanda de energia no Centro e Norte de Moçambique. Paralelamente vai ser substituída, nas próximas duas semanas, a Central Termoeléctrica Flutuante que está atracada na Cidade de Nacala por uma outra similar que “permite uma melhor regulação da tensão e melhoria na qualidade do fornecimento”.

Ainda a procura de financiamento, cerca de 420 milhões de dólares norte-americanos, para a 2ª e 3 fases Projecto da Linha de Transporte de energia entre Caia (na verdade a nova linha parte de Chimuara) e Nacala o Executivo de Filipe Nyusi decidiu no passado dia 5 de Julho autorizar a “EDM a importar GNL para a produção de energia eléctrica, desde que o preço de importaçãoo deste recurso contribua para a redução dos custos de produção de energia eléctrica”, indica um Despacho do ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela.

No documento, publicado em Boletim da República a 29 de Outubro, o Governo reconhece “restrições da capacidade de transporte de energia proveniente da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, enquanto não se registar a construção da segunda linha em alta tensão em 400 kW ligando Caia a Nacala ou centrais de carga base no extremo norte do país, programadas no Plano Director integrado de Infra-Estruturas Eléctricas, esta constituía a solução de menor custo que então se afigurava a curto e médio prazo”.

“Em face do crescimento da demanda de energia, em particular no Corredor de Desenvolvimento de Nacala e dos elevados custos com a aquisição de óleo pesado (gasóleo), tendo em conta a dinâmica do sector, urge encontrar medidas para minimizar custos e encontrar opções menos poluentes, sendo a importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) a resposta imediata”, refere ainda o Despacho a que o @Verdade teve acesso.

A construção desta Linha de Transporte de energia deveria ter iniciado em Junho passado para ficar concluída em 2022, no entanto só no passado dia 8 de Outubro a EDM rubricou contratos com os empreiteiros, indiano e espanhol, que vão construir a 1ª parte da Linha entre Chimuara e Alto Molócué e que custará cerca de 200 milhões de dólares financiados pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento.

O @Verdade apurou que a construção das 2ª e 3ª partes Linha de Transporte de energia, entre Alto Mulocué e Namialo e entre Namialo e Nacala, respectivamente, orçadas em 420 milhões de dólares, ainda não têm financiamento garantido.

Nova Central Termoeléctrica Flutuante vai operar em Nacala usando gás natural liquefeito

Entretanto, nesta quarta-feira (20), a EDM anunciou a substituição da Central Termoeléctrica Flutuante que está atracada no Porto de Nacala, e é arrendada a empresa turca Karpowership por outra da mesma empresa que poderá funcionar a GNL, um combustível mais barato e menos pouluente.

Foto de Adérito Caldeira“Irá decorrer no período de 22 de Novembro próximo a 2 de Dezembro a substituição do barco gerador(de energia) instalado em Nacala por outro que confere melhor funcionalidade, permite uma melhor regulação da tensão e melhoria na qualidade do fornecimento”, disse em conferência de imprensa a directora de Operação de Sistema da eléctrica.

Nilsa Pelembe explicou que durante a troca de um barco pelo outro nenhumdos clientes domésticos deverá sofrer qualquer tipo de restrição, para além da já habitual má qualidade, apenas seis clientes industriais ficarão sem fornecimento de energia.

A directora de Operação de Sistema da EDM confirmou que embora a nova Central Termoeléctrica Flutuante que vai ser instalada funcione a gasóleo tem “a possibilidade de funcionar a gás (natural liquefeito), mas enquanto decorrem as negociações para o fornecimento de gás vai funcionar a gasóleo”.

A Central Termoeléctrica Flutuante que está a ser substituída foi trazida para Moçambique em 2016 tendo em vista a exportação da energia que produzisse para a Zâmbia. Em menos de um ano o negócio revelou-se insustentável visto que o país vizinho não pagava a electricidade que consumia tendo acumulado em Dezembro de 2016 um dívida de 6,7 biliões de meticais.

Entretanto a infra-estrutura eléctrica continuou no Porto de Nacala e a energia produzida, 40 MegaWatts, foi rediccionada para a rede eléctrica do Norte onde a EDM precisa de 140 MegaWatts para alimentar os 445.640 clientes que tem em Baixa Tensão e 766 de Média e Alta Tensão.

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