O ex-presidente francês Valery Giscard d’Estaing, que causou alvoroço ao dar a entender, em seu novo romance, que teria vivido uma história de amor com a princesa Diana, finalmente admitiu que a coisa não foi bem assim, mas assegurou que Lady Di foi realmente sua musa inspiradora. “Uma história incrível”, afirmou esta semana, em sua primeira página, o jornal Le Figaro ao comentar o romance “A princesa e o presidente”, que será lançado na próxima semana na França.
Junto ao longo artigo sobre o livro, Le Figaro publicou uma foto em que mostra Giscard d’Estaing e a princesa Diana juntos e sorridentes durante uma jantar de gala no Palácio de Versalhes, em 1995. “A princesa e o presidente” conta o romance, em meados dos anos 80, entre Jacques Henri Lambertye, presidente da França e viúvo, e Patricia, uma popular princesa de Cardiff, muito infeliz em seu lar.
“Dias antes de meu casamento, meu futuro marido me disse que tinha uma amante e que estava decidido a manter essa relação depois de nossa união”, confidencia a princesa a seu interlocutor na ficção, uma situação muito próxima à realidade de Lady Di e do príncipe Charles, que se casaram em junho de 1981.
O encontro em que o Cupido faz seu dever de casa – entre o presidente francês e a princesa britânica – acontece durante um jantar de encerramento de uma cúpula do G7 no Palácio de Buckingham. “Beijei sua mão e seus olhos, de um cinza profundo, me interrogavam”, conta o presidente do romance, o segundo de Giscard d’Estaing depois do livro que publicou em 1994 sob o título “Le passage”.
Giscard d’Estaing, que atualmente tem 83 anos, é um apaixonado por romances açucarados. O ex-presidente de centro-direita tinha 34 anos a mais que Lady Diana Spencer, falecida aos 36 anos em um acidente de carro em Paris, em 31 de agosto de 1997. Depois da exclusiva de Le Figaro, a imprensa britânica se lançou a uma série de extensas especulações.
“Todos se perguntam se é simplesmente a imaginação literária de um homem mais velho ou se, no fundo, há uma verdade”, afirmou esta semana o jornal The Guardian. O Daily Mail aposta que se trata mais de “um produto da imaginação desenfreada de um francês que acredita que seus desejos são realidade”.
“Ele é membro da Academia Francesa, ex-presidente da República e sua esposa está viva. Sabe-se que ele gosta das damas… Tudo é possível, mas acho que são fantasias de um homem idoso”, escreveu no Times um biógrafo do ex-presidente francês, Jean Pierre Corcelette.
Mas, depois de atiçar a imaginação de seus compatriotas e vizinhos britânicos, Giscard admitiu que inventou o idílio, embora tenha confessado que a verdadeira Lady Di foi sua musa inspiradora para este romance, no qual o ex-presidente descreve de forma minuciosa uma aventura, seus protagonistas e os lugares em que aconteceu.
“Foi uma ideia da Lady Di. Em 1994, quando falávamos de histórias de amor entre os dirigentes de grandes países, ela me perguntou: ‘por que você não escreve sobre isso?”, confessou Giscard à revista francesa Le Point, pondo assim fim a uma “incrível história”, que durou apenas 48 horas.