O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) implorou nesta quinta-feira (15) ao Presidente Filipe Nyusi “um dia o Governo (deve) pensar num distrito um comando da polícia, um distrito uma residência do comandante distrital”. Bernardino Rafael revelou que apenas 19 por cento das 351 infra-estruturas usadas pela corporação são efectivamente da PRM. Em jeito de resposta, o representante do Governo, admitiu que apenas 17 infra-estruturas policiais forma construídas desde 2015 no entanto indicou como prioridade a afixação do Juramento do polícia em todas as unidades policiais, o ministro Jaime Basílio Monteiro destacou como grande realização a mudança do uniforme cinzento para azul, “trouxe uma imagem de imponência, contribuindo para o garbo e aprumo dos agentes”.
As mais altas patentes da PRM estão reunidas na Cidade de Maputo no discurso que marcou a abertura solene do XIX Conselho da corporação o Comandante-Geral, após fazer um balanço da dos crimes esclarecidos no 1º semestre e voltado a manifestar preocupação com o facto dos acidentes de viação terem-se tornado na principal causa de mortes em Moçambique, elencou os desafios imediatos.
“Somos desafiados para podermos garantir as eleições de 15 de Outubro de 2019, para que mesmo no processo de campanha eleitoral que vai começar as 00 horas do dia 31 de Agosto para 1 de Setembro ninguém perturbe a segurança pública, e se alguém se atreve encontrará resposta de acordo com a gravidade da sua infracção. Fomos desafiados para o transporte do material dos locais onde funcionam as sedes distritais de comissões do STAE para os postos de votação, que no regresso do material não haja perturbação e não haja o desaparecimento de nenhuma urna”, declarou Bernardino Rafael.
Diante dos responsáveis pelas várias unidades e sub-unidades da PRM Rafael pediu mais paciência aos seus agentes no que diz respeito a melhoria das condições salariais e de trabalho, “desafiar-nos também a tentarmos, cada vez mais que o Governo nos coloca os recursos financeiros, a nos estruturar em termos de promoções, progressões, carreira, é um processo iniciado e sempre apelamos aos colegas com paciência, esperem que o momento chegará. Custa iniciar, quando pingar alguma coisa em termos de recursos financeiros é para vós, irá chegar com paciência”.
Prioridade do Governo é afixar o Juramento do polícia “em todas as unidades e sub-unidades da Polícia”
Aproveitando a presença do ministro do Interior o Comandante-Geral da Polícia desabafou: “é um facto não estamos bem em infra-estruturas, temos problemas. Nas poucas infra-estruturas que nós temos as que pertencem a polícia constituem 19 por cento, o resto são as instalações que nós usamos dos Caminhos de Ferro, Electricidade de Moçambique, casas emprestadas”.
Bernardino Rafael, recordando-se das iniciativas do Presidente Filipe Nyusi de colocar um banco em cada um dos 157 distritos do país, e mais recentemente um hospital, implorou: “um dia o Governo (deve) pensar, um distrito um comando da polícia, um distrito uma residência do comandante distrital. Porque todas as instituições podem mudar de nome, mas a polícia não vai mudar nunca, então queremos, no contacto com o Governo, para nos contemplar neste ambiciosos projectos para que nós também tenhamos infra-estruturas que dignifiquem a nossa instituição”.
O @Verdade descobriu que para cobrir os 799.380 quilómetros quadrados de área do nosso país existem apenas 351 infra-estruturas que albergam cerca de 30 mil agentes das diversas unidades e sub-unidades da PRM.
O Plano Quinquenal não estabeleceu metas específicas para infra-estruturas policiais, porém o Ministro do Interior destacou “a edificação de raiz e o apetrechamento de infra-estruturas e a reabilitação de 15 outras em todo o território nacional”, desde 2015.
O @Verdade apurou que enquanto o Governo de Nyusi está a gastar cerca de 50 milhões de Meticais para construir uma única agência bancária num distrito a edificação de um Comando distrital da polícia custou cerca de um terço, entre 10 a 15 milhões de Meticais.
Jaime Basílio Monteiro assinalou como uma das grandes realizações do quinquénio a terminar “a introdução do novo uniforme, que trouxe uma imagem de imponência, contribuindo para o garbo e aprumo dos agentes da polícia” e determinou que a prioridade é afixar o Juramento do polícia “em lugares de destaque em todas as unidades e sub-unidades da Polícia da República de Moçambique”.