A iniciativa “Lioness Lean in Breakfast”, promovida pela Lionesses of Africa, em parceria com a Incubadora de Negócios do Standard Bank, a Embaixada do Reino dos Países Baixos e a Eni, com vista à partilha de experiências e criação de redes de contacto entre as participantes, já atingiu cerca de 700 mulheres empreendedoras e empresárias moçambicanas desde a sua primeira edição, realizada em Novembro de 2016.
Trata-se de um evento que visa, essencialmente, dar mais e maior visibilidade às empreendedoras moçambicanas, e, por via disso, alargar o seu acesso ao mercado e dar-lhes a oportunidade de criar redes de negócios no País, na região e, quiçá, no mundo.
O “Lioness Lean in Breakfast” constitui uma das iniciativas concebidas pelo Standard Bank, através da sua Incubadora de Negócios, destinadas às mulheres empreendedoras e jovens aspirantes (e não só). Através delas, o banco espera contribuir para o fomento de um crescimento inclusivo, com a criação de bases para um ecossistema empresarial robusto, que valoriza a inovação, o conteúdo local e a geração de postos de trabalho.
Para o Standard Bank, a importância do “Lioness Lean in Breakfast” reside no facto de permitir que mulheres que tiveram a coragem e ousadia de empreender, e que hoje são referências, transmitam a sua experiência e as melhores práticas por si adoptadas para, desta maneira, inspirarem mais mulheres a realizar os seus sonhos através do empreendedorismo.
“Através do Lioness Lean in Breakfast, damos a oportunidade às mulheres para apresentarem os seus produtos e serviços, num ambiente de interacção, inspirador e que torna realidade os sonhos daquelas que acreditam em si mesmas e empreendem para explorar as enormes oportunidades de crescimento que existem no País”, explicou Ivone Matule, representante do Standard Bank, durante a abertura da nona edição do evento, que decorreu no dia 26 de Julho.
Por detrás da concepção desta iniciativa estiveram as estatísticas, que indicam que, apesar de as mulheres constituírem a maioria da população moçambicana, elas lideram somente 1% das 49.734 pequenas e médias empresas (PME) existentes no País.
“A situação também não é diferente para as 100 maiores empresas. Portanto, ainda há muito por se fazer”, sentenciou a representante do Standard Bank. Por seu turno, a embaixadora da Lionesses of Africa para a África Austral, Hlubi Mboya, realçou a importância desta iniciativa, que aglutina mulheres de diversos extractos em prol de um objectivo nobre: o seu empoderamento. “Queremos que as mulheres tenham acesso aos mercados e a redes de negócio. Elas não podem fazer isso de forma isolada, daí a importância de trabalharmos em conjunto. Temos que caminhar juntas, por isso sentimo-nos privilegiadas por fazer parte desta iniciativa”.
A nona edição desta iniciativa teve como oradoras Marta Mulungo (fundadora da ATOS, Lda, empresa moçambicana de consultoria na área de Recursos Humanos, e da MMCoaching, virada ao desenvolvimento pessoal), Annette Cassy (fundadora da Kidz Kare, centro médico infanto-juvenil) e Zina Tavares (directora-geral da Ilulu, empresa de gestão imobiliária).
Mirza Jamal, gestora de uma plataforma digital de apoio às PME em matérias de marketing, é uma das participantes assíduas do “Lioness Lean in Breakfast” e considerou que o evento permitiu-lhe perceber que a jornada de todas as empreendedoras foi e sempre será feita de dificuldades, havendo, por isso, necessidade de se ser persistente.
“Sempre saio com novas perspectivas e com as energias renovadas. Enfrentamos muitas dificuldades e, através deste evento, ganhamos ânimo porque conseguimos entender que não somos as únicas. Ficamos a saber o que as outras fizeram para ultrapassar os obstáculos até atingirem o patamar em que se encontram”, sublinhou.
E porque o Standard Bank se preocupa com a próxima geração de empreendedoras moçambicanas, a Incubadora de Negócios acolheu, também, o “Young Lionesses”, cujo objectivo é inspirar e encorajar jovens estudantes universitárias a abraçarem o empreendedorismo.
A sessão teve como oradoras Yara Ribeiro (directora executiva do Volare Restaurante), Mara Cancune (representante da CharbanúRH, consultoria e capacitação em recursos humanos) e Cheila Abasse (fundadora e directora-geral da RH Resolve, gestão e solução em recursos humanos).
Na sua interacção com as participantes, Mara Cancune, uma jovem de 22 anos de idade, apontou o medo como um dos principais obstáculos dos (aspirantes a) empreendedores, no geral, tendo apelado às presentes a confiarem mais em si mesmas. “Não é a falta de dinheiro ou de outro tipo de recursos. É o medo de não dar certo, de não conseguir clientes ou de não ganhar concursos. É uma barreira frequente na jornada dos empreendedores, e há que vencê-la”.