O Administrador do Pelouro de Operações da distribuidora de energia em Moçambique desafiou o sector privado a analisar melhor quais são os problemas do sector manufactureiro: “eu costumo dizer que para a transformação da industria dois terços não depende da Electricidade de Moçambique”.
Intervindo durante o Seminário que nesta segunda-feira (22) abordou os Desafios ao Desenvolvimento do Sector Manufactureiro e Medidas para a sua Alavancagem o engenheiro Carlos Yum, membro da Administração que lidera a reestruturação em curso na Electricidade de Moçambique (EDM) refutou a tese apresentada pela Confederação das Associações Económicas (CTA) que a adopção de uma tarifa sazonal para a industria transformadora poderá baixar os custos de produção em 46,5 por cento.
“A EDM é uma operadora e 90 por cento da energia nós também adquirimos a terceiras entidades, do trabalho que fazemos com o Governo olhamos muito para aquilo que é a analítica da indústria de eletricidade e também as políticas e estratégias que estão em volta disso. Quando eu olho para o relatório (Estudo da CTA) vejo que precisam de aproximar-se à indústria, neste caso específico à Electricidade de Moçambique, para entender quais são as questões que realmente são desafios”, começou por assinalar Yum para quem “muitas das questões (apresentadas pela CTA) são de nível estrutural, não dependem só da Electricidade de Moçambique”.
O Administrador do Pelouro de Operações da EDM afirmou que o estudo da CTA, onde “confundem retalho com investimento”, “Uma questão muito crítica é o regime tarifário, mas é preciso entender que o regime tarifário aborda, a estrutura e a fórmula de ajustamento e antes de falar de uma tarifa sazonal é preciso olhar para a estrutura de mercado que temos em Moçambique, ela tem muito pouco de industrial. Os nossos maiores clientes críticos até não são industrias, pode haver uma ou duas no pico, mas a base não são industrias”.
“Quando nós falamos de industria eu recomendo ver que tipo de industria estamos a falar, porque o peso da electricidade para uma industria como a Mozal, que é electricidade sólida, é completamente diferente para o turismo, agricultura ou mesmo para uma steel e assim sucessivamente”, declarou Carlos Yum que disse aos industrias moçambicanos: “Aquilo que está no estudo é mais um sofrimento que está reportado do que uma analítica que deve ser estruturante, eu costumo dizer que para a transformação da industria dois terços não depende da Electricidade de Moçambique, depende do modelo de negócio”.