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Há um ano, as finanças americanas sucumbiam a um Big Bang irreversível

Há um ano, as finanças americanas viram suas bases sofrer uma verdadeira implosão com a inesperada crise dos empréstimos imobiliários de alto risco, a quebra de símbolos nacionais como os bancos Lehman Brothers e Merrill Lynch e a busca desesperada por nacionalizações de emergência.

Na memória coletiva, a arquitetura financeira que inspirou os mercados mundiais com seu modelo desabou como um castelo de cartas em setembro de 2008. “Não houve catalisador, mas um amplo movimento de pânico”, explicou Cary Leahey, economista da Decision Economics.

O apetite exagerado das finanças americanas nos últimos anos pelos “subprimes” e as aplicações atreladas a créditos imobiliários de alto risco com rendimentos potencialmente muito elevados desencadearam a destruição do setor assim que o mercado imobiliário despencou.

Pouco conhecidas do grande público, Freddie Mac e Fannie Mae, as duas instâncias que garantiam o essencial do refinanciamento dos estabelecimentos que oferecem créditos hipotecários, foram colocadas sob tutela do Estado em 7 de setembro com uma injeção de 200 bilhões de dólares de fundos públicos. Isso foi apenas o começo. “No espaço de três dias, o Lehman Brothers pediu concordata, o líder dos seguros AIG foi assumida pelo governo americano, e um dos ícones de Wall Street, Merrill Lynch, foi absorvido pelo Bank of America através de um acordo negociado e financiado por Washington”, lembrou Jeffrey Sachs, professor de economia na Universidade de Columbia.

Dias mais tarde, os dois últimos bancos de negócios americanos, Goldman Sachs e Morgan Stanley, renunciaram a seu status para adotar o de simples holding bancária, tornando-se alvos do estrito controle das autoridades do setor para poder ter acesso aos financiamentos públicos. O banco JPMorgan comprou, com apoio de Washington, o Washington Mutual, maior banco de depósitos a falir na história dos EUA.

O Citigroup, que dominava o banco mundial havia uma década, ficou isolado e pressionado por centenas de bilhões de dólares investidos em aplicações de risco, cujo valor foi reduzido a zero. A sua sorte será condenada nos próximos meses: ele passará por recapitalizações sucessivas pelo Estado, que garantirá também 300 bilhões de dólares de seus ativos tóxicos em troca de uma maioria de controle de 36%.

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