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Celestino Joanguete: “Moçambique está longe de ser considerada uma sociedade de informação”

Celestino Joanguete: "Moçambique está longe de ser considerada uma sociedade de informação"

Foto de Fim de SemanaO especialista em Ciências de Comunicação, Celestino Joanguete, considera que, apesar de existir uma Política de Informática, aprovada pelo Governo em 2000, o País está longe de ser considerado uma sociedade de informação.

A falta de implementação e o excesso de optimismo em relação a este instrumento, pioneiro em África, são apontados por Celestino Joanguete como as causas da exclusão digital no País.

“Os passos estão a ser dados, mas não ao ritmo desejado. Estão a ser aprovadas políticas, sim. O que falta é a sua implementação para que estejamos numa verdadeira sociedade de informação. Ainda há muita gente à margem da inclusão digital.

À velocidade que as coisas andam teremos de acelerar o passo para alcançarmos os outros países, alguns dos quais, vizinhos”, afirmou o especialista.

Para Celestino Joanguete, o Estado deve ser o pioneiro na promoção da inclusão digital, colocando, por exemplo, equipamentos e infraestruturas básicos necessários para a implementação da Política de Informática, tais como computadores nas escolas primárias.

“Ainda há muitos sectores do Estado, por exemplo, que precisam de computadores, em particular na área da educação, pois estamos a falar de serviços públicos.

O Estado precisa de se informatizar principalmente para conservar e, acima de tudo, facilitar o acesso da informação aos cidadãos”, disse Celestino Joanquete, que falava no terceiro ciclo das Tertúlias Itinerantes 2018, com tema era “Literacia Digital e Informacional”.

Numa outra abordagem, Celestino Joanguete defendeu a necessidade da massificação da literacia digital (habilidades de uso do computador), a par da informacional (utilização ética da informação no ciberespaço). Entretanto, diz o especialista, “é importante reflectir sobre isso em conjunto com os fazedores das políticas públicas.

A aprovação de políticas e a aposta na literacia digital não bastam. É necessário que haja um processo paralelo sobre o uso (correcto) da informação”.

Para sustentar a sua opinião, Celestino Joanguete referiu-se à manipulação da informação, à descaracterização de terceiros, ao bullying e às fake news como parte das consequências da “ausência de um ensino formal sobre o uso ético da informação”. “A ausência do ensino formal dá azo à autoaprendizagem.

Os jovens têm muita habilidade para aprender, mas fazem-no fora das regras, o que resulta em desvios, daí a necessidade de uma literacia informacional”, acrescentou.

Tertúlias Itinerantes é um ciclo de debates que decorre mensalmente na cidade de Maputo, reunindo académicos e o público no geral, para debater sobre diversos temas relacionados com a interculturalidade e o desconhecimento mútuo no contexto da era global.

Esta iniciativa académica conta com a coordenação dos académicos Sara Laísse, da Universidade Politécnica, Eduardo Lichuge da Universidade Eduardo Mondlane e Lurdes Macedo, da Universidade Lusófona de Portugal.

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