Multiculturalidade e estilos holísticos de aprendizagem: o encontro entre o Ocidente e o Oriente” foi o terceiro subtema de mais uma sessão do 3º ciclo de debates académicos “Tertúlias Itinerantes”, que decorreu na terça-feira, 10 de Abril. Teve como orador o especialista em Ciências de Educação Jorge Fringe, docente da Universidade Eduardo Mondlane e moderador Augusto Jone, da Universidade Politécnica.
Durante o debate, que teve lugar na Fundação Fernando Leite Couto, Jorge Fringe convidou aos presentes a reflectirem sobre em que medida se pode adoptar, no País, um modelo de ensino e aprendizagem que aborde diferentes sensibilidades em termos de antecedentes culturais.
O orador recorreu à natureza formal e intuitiva do conhecimento ocidental e não ocidental (africano, oriental, latino-americano), respectivamente, para encontrar um modelo de aprendizagem que seja aplicável aos dois tipos de conhecimento.
Para Jorge Fringe, o modelo que permite a coexistência dos dois conhecimentos, bem como a aceitação de diferentes sensibilidades culturais, é o “holístico, que parte do princípio de que cada indivíduo, neste caso o estudante, tem uma preferência e uma fuga”.
“Julgo que o modelo holístico é o único que aborda as duas perspectivas, nomeadamente a ocidental e a não ocidental, ou dos países do Sul (que inclui a africana, oriental e a latino-americana)”, considerou Jorge Fringe. Entretanto, de acordo com o orador, este modelo impõe inúmeros desafios ao professor, como, por exemplo, a necessidade de acompanhar, de forma individualizada, o processo de assimilação da matéria por parte dos estudantes.
“Em que medida é que os professores respondem, satisfatoriamente, aos desafios que encontram numa sala de aula, com estudantes que aprendem de formas diferentes, a ritmos diferentes e com preferências diferentes?”, questionou Jorge Fringe. Importa referir que as Tertúlias Itinerantes decorrem sob o lema “Fluxos de comunicação intercultural no espaço de língua portuguesa: debater o desconhecimento mútuo no contexto da era global”.
Esta iniciativa académica é coordenada por Sara Laísse, da Universidade Politécnica, Eduardo Lichuge, da Universidade Eduardo Mondlane, e Lurdes Macedo, da Universidade Lusófona, de Portugal.
Este ciclo irá decorrer até Novembro deste ano, com a apresentação e discussão de 10 sub-temas, sendo um por cada mês, e irá escalar diversos lugares da capital do País.