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Renamo acusa Frelimo de recorrer a artimanhas para obter mais votos nas eleições autárquicas

A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, indicia a Frelimo, formação política no poder, há quase 43 anos, de estar a recrutar gente, em particular professores e enfermeiros, para recensear fora dos seus “territórios autárquicos”, supostamente com o intuito de votar nas próximas eleições, bem como reposta a existência de determinados chefes de localidades que foram instruídos para arrancar os cartões de eleitores com objectivo de, a posterior, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) substituí-los “por eleitores fantasmas”.

Os referidos cidadãos, coagidos para se recensearem nos seus territórios autárquicos onde não residem, abrangem outros funcionários do Estado, disse André Magibire, mandatário nacional do partido liderado por Afonso Dhlakama, numa conferência de imprensa, na terça-feira (27), em Maputo.

No Município de Nampula, a “Perdiz” diz ter surpreendido, num dos postos de recenseamento eleitoral, jovens de Montepuez, na província de Cabo Delgado, que se inscreveram naquele município a mando da Frelimo foram. O acto foi denunciado às comissões Distrital e Provincial de Eleições.

Ainda de acordo com aquela formação política, em Mocuba (Zambézia) foram identificados e detidos dois professores que faziam parte de um grupo de tantos outros que saíram do Posto Administrativo de Macuzi, Distrito de Namacurra fazendo se transportar na viatura do 1o Secretário da Frelimo de Namacurra com objectivo de irem se inscrever-se na autarquia de Mocuba. Esta situação mereceu a instauração de um auto ilícito eleitoral com o número 180/2018 de 24 de Março.

“Temos também conhecimento que no dia 25 de Março, saiu de Derre um camião transportando membros da Frelimo e funcionários do Aparelho do Estado manipulados por este partido com o fim de irem recensear-se na autarquia de Milange”, disse André Magibire, ajuntando que partiram camiões transportando membros da Frelimo e funcionários do Aparelho Estado também coagidos por este Partido, para as autarquias de Milange e Mocuba com a mesma finalidade.

Num outro desenvolvimento, o partido que conseguiu convencer o Governo a rever a Constituição da República para acomodar os seus interesses, queixou-se igualmente de a Frelimo, no distrito de Báruè, no posto administrativo de Serrachoa, no município de Catandica, um secretário ter proibido os fiscais da Renamo a estarem nos postos de recenseamento e, também, proíbe a inscrição eleitoral de cidadãos que desconfia serem membros da Renamo.

Saliente-se que as reclamações a “Perdiz” surgem 24horas depois de o STAE ter feito o seu balanço sobre a primeira semana do recenseamento eleitoral, no qual disse que foram inscritos 647.638 cidadãos, o que corresponde a 7,6% dos oito milhões e quinhentos mil potenciais eleitores (8.500.000) previstos no processo que arrancou a 19 de Março e termina a 17 de Maio próximo.

Cláudio Langa, porta-voz do STAE, admitiu que houve casos de eleitores cujo catões não tinham indicação da residência, mas já foram resolvidos.

Todavia, André Magibire desmentiu afirmando que o problema persiste em algumas brigadas.

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