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Mulheres grávidas seropositivas com dificuldades de tomar medicamento por falta de apoio familiar

Mulheres grávidas seropositivas com dificuldades de tomar medicamento por falta de apoio familiar

Algumas mulheres grávidas e portadoras do vírus da sida não recebem o apoio necessário dos seus parceiros e familiares, o que lhes impede de ter uma gestação tranquila, diminua o risco de contaminação do bebé e não piore a saúde da própria gestante, disse Marlene Cuco, directora nacional de saúde pública no Ministério da Saúde (MISAU), e ajuntou que o desprezo e a estigmatização – de que é vítima a maior parte dos doentes desta pandemia – concorrem para tal situação.

“Coitada da mulher grávida! É um triste exemplo de uma pessoa que precisa de apoio (…)”, afirmou a dirigente e co-autora do estudo sobre “estratégia de grupos de apoio e adesão comunitária (2015)”, argumentando que se só a gravidez de uma mulher que não é enfermo inspira uma atenção especial, imagine-se aquela que vive com o dilema de HIV.

Para além da doença, por vezes, ela sofre de enjoos, vómitos e mal-estar normais da gravidez, o que faz com que não tome os medicamentos convenientemente, afirmou Marlene Cuco e vincou que o desafio de consciencializar as famílias a perceberem que é imperioso apoiar a mulher nessa condição é ainda maior.

“Tomamos melhor os medicamentos quando temos apoio. Temos que reduzir o estigma em relação ao HIV/SIDA”.

Num outro desenvolvimento, Marlene Cuco apelou aos homens para que se submetam ao teste de HIV/SIDA, porque do contrário estrão a colocar em riso permanente a saúde das suas parceiras. Aliás, ela repudiou ainda o facto de a sociedade pensar que só as mulheres podem passar a doença ao bebé.

“A nossa forma de educar” não permite, “por vezes”, que os homens tenham responsabilidade. É que não constitui verdade que só a mulher grávida transmite o vírus da SIDA à criança (…). “Não é assim. Os pais que têm o HIV transmitem também o vírus ao bebé”.

De acordo com a dirigente, o que faz com que alguns doentes de HIV/SIDA não se declarem e outros não tomem os remédios é o desprezo e a estigmatização. Ainda existem indivíduos que, com tal desdém, ainda apontam o dedo aos doentes da chamada pandemia do século e riem-se deles.

“Em qualquer lado” do mundo, “mesmo na família” ainda é comum ouvir: “vejam, já chegou aquela [pessoa] que tem SIDA. É aquela mesmo”, comentou Marlene, reiterando que, “esta nossa atitude, que é um pouco da nossa cultura”, é ridícula e mina os esforços de combate à enfermidade.

Por sua vez, Aleny Couto, do programa nacional de combate a ITS/HIV, indicou que a testagem em HIV aumentou de 4.674.739, em 2013, para 7.866.465, em 2017, o que “correspondente a um incremento de 68% de testes feitos, mas as pessoas que reportam ser testadas continua baixo. Maputo registou apenas 38% do desempenho, sendo o “mais baixo no cumprimento da meta anual.”

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