A Electricidade de Moçambique (EDM) refuta informações, postas a circular nas redes sociais, de que estaria a “aumentar sorrateira, unilateral e gradualmente as tarifas de energia” e que os contadores Credelec estariam viciados. No entanto o porta-voz da eléctrica estatal não descarta um aumento ainda em 2018.
A EDM veio esta quinta-feira “tranquilizar a todos os clientes” que a tarifa de energia não aumentou, ainda, clarificando que “os ajustamentos tarifários são feitos dentro de um quadro jurídico estabelecido pelo Estado e do conhecimento público”.
Depois de quase meia década sem agravar as sua tarifas, vendia energia a 5 cêntimos aos moçambicanos enquanto a adquiria a 10 cêntimos, a eléctrica estatal reviu pela primeira vez o preço em Novembro de 2015, depois em Outubro de 2016 e o último aumento aconteceu em Agosto do ano passado colocando o preço de venda ao público em 9,3 cêntimos do dólar, mais próximo com o preço de compra.
Todavia Luís Amado, o porta-voz da EDM, esclareceu a jornalistas que não está posto de parte um agravamento durante o ano em curso. “O aumento tarifário não deriva do querer ou não querer, deriva da estrutura de custos que a empresa tem de forma que ela tenha um custo reflectido”.
“Se nós olharmos para o Decreto que regula o aumento tarifário e vermos que as variáveis macroeconómicas variaram ao ponto da necessidade de novo acordo tarifário claramente que vamos aproximar do Governo para pedir um novo aumento se for o caso. Mas também pode acontecer o contrário, pode acontecer que o dólar que hoje está cotado a 60 meticais volte aos 30 meticais e eventualmente teremos uma redução da tarifa”, explicou Amado.
De acordo com a fonte “tudo o que são materiais como torres, transformadores, energia é comprada em dólares. Mesmo a energia de Cahora-Bassa é cotada em randes, cada vez que há um aumento do rand aquele preço para a EDM sobe”.
Relativamente a Hidroeléctrica de Cahora-Bassa, Luís Amado precisou que a dívida da EDM é de aproximadamente 80 milhões de dólares norte-americanos, a empresa tem estado a amortiza-la pois no final de 2016 o montante ascendia a cerca de 94 milhões de dólares.