O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell foi preso nesta terça-feira, em uma operação conjunta da Polícia Nacional e da Guarda Civil espanholas contra a lavagem de dinheiro, confirmaram à Agência Efe fontes ligadas as corporações.
O espanhol, que também foi diretor da Nike no Brasil, é acusado de desviar 15 milhões de euros em valores relacionados a direitos de imagem da selecção brasileira. O montante teria sido com o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e ocultado em Andorra.
Segundo informaram à Agência Efe fontes ligadas ao processo contra o dirigente, Rosell foi detido pela fraude. Os investigadores indicaram que o dinheiro já estaria próximo de ser recuperado. Teixeira, por sua vez, ainda não foi localizado pela justiça espanhola.
Rosell teria participado dessas actividades ilícitas por vários anos e até 2015, indicaram as mesmas fontes.
Nos próximos dias, o ex-presidente do Barcelona ficará à disposição da juíza da Audiência Nacional, Carmen Lamela.
A operação de hoje teria consistido na busca pela recuperação de valores milionários referentes aos direitos de imagem, que eram desviados para contas de empresas vinculadas a Rosell. Depois disso, uma parte era paga para Teixeira.
A operação Rimet, realizada pela Polícia Nacional e a Guarda Civil na Catalunha e Andorra, terminou com cinco presos – a mulher do ex-mandatário do Barça, inclusive -, também acusados de envolvimentos na fraude.
A investigação começou há um ano, tendo sido aberta pela Promotoria da Audiência Nacional. Rosell também é acusado em outro caso, por fraude na contratação do atacante Neymar.
Na acção, o dirigente teve contra ele pedido de prisão de cinco anos, feito pela Promotoria. Esta nova investigação contra o dirigente por lavagem de dinheiro, que está sob segredo de justiça, foi possível graças à colaboração do Principado de Andorra, que cedeu à Audiência Nacional dados sobre as contas dele nesse país.
Rosell e a sua esposa foram detidos em casa, em Barcelona. O imóvel está localizado em um edifício em que o ex-presidente do clube catalão também teria um escritório.
O dirigente espanhol e Teixeira são investigados no Brasil por causa de uma carta publicada em 2015 pela revista “Época”, que confirmaria sociedade entre os dois, o que configuraria em conflito de interesses, já que o ex-mandatário da CBF representava a entidade nos acordos com a Nike, de que Rosell era director.