O país está à saque, isso não é novidade para os moçambicanos. Aliás, Moçambique sempre esteve à saque. Depois de anos de espoliação colonial, os moçambicanos passaram a assistir, impávidos e serenos, a uma outra corja de gatunos engravatados que se escondem por detrás da bandeira de libertadores da pátria para sugar o povo.
Há roubos por todos lados. O mais caricato é que os envolvidos continuam impune, assistindo o país indo à pique e, certamente, sombando da desgraça dos moçambicanos. Após as notícias que dão conta de dívidas ocultas em nome do Estado, saque aos cofres do Estado e nas empresas públicas como, por exemplo, a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), recentemente as informações segundo as quais 10 das 30 empresas que entre 1999 e 2002 pediram empréstimos ao Estado moçambicano até hoje não pagaram um único centavo deixam qualquer cidadão, em pleno gozo do seu juízo, com os nervos em franja. A esse ritmo o país e os moçambicanos serão vendidos à saldo.
O revoltante é que essas empresas, que lesaram os cofres públicos em mais de 231 milhões de meticais, têm como sócios membros ou próximos do partido Frelimo. Diante dessa pouca vergonha, o que faz a nossa Procuradoria da República? Simplesmente nada. Aliás, é um por altruísmo espera que a Procuradoria faz alguma coisa para colocar todos gatunos que assaltaram o Estado na cadeia. A Procuradoria prefere continuar em estado vegetativo quando o assunto envolve os camaradas.
Uma Nação dividida e falida, é o que se pretende fazer de Moçambique, não obstante assistirmos, até à náusea, as sucessivas pseudo-campanhas-unificadoras crismadas por “Unidade Nacional”, quando a população quer apenas dignidade que ela merece e um Estado livre de corruptos, políticos oportunistas, e de preconceito/discriminação partidária.
Mas, devido às políticas terroristas – leia-se sem misericórdia – postas em marcha pelo Governo de turno, e os sucessivos saques ao dinheiro público, as populações continuam a morrer em massa de fome, de doenças curáveis como a malária, e de overdose de discursos cheio de parra e uva nenhuma. Aliás, para continuar a levar habilmente água ao seu moinho, o regime mercantilista da Frelimo descaradamente continua a fingir que está preocupado com o desenvolvimento dos moçambicanos.
Portanto, no seu subdesenvolvimento cultural a que têm sido votados, os moçambicanos continuam aí erradamente a pensar que o Governo está preocupado em acabar com a corrupção.