Uma criança de 10 anos de idade morreu vítima de bala disparada por um membro da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma operação que supostamente visava recuperar bens roubados, na terça-feira (11), na cidade da Beira, província de Sofala. O autor do tiro, cuja identidade não foi revelada, colocou-se em fuga deixando a criança e a família da mesma à sua própria sorte.
O homicídio, classificado como involuntário pelo Comando da PRM em Sofala, deu-se no bairro da Munhava, quando uma multidão assistia a três polícias que escoltavam um ladrão até uma residência onde alegava ter vendido bens alheios.
O polícia, afecto 11a esquadra e agora foragido, manipulou a sua arma de fogo na tentativa de dispersar os mirones. Na sequência, em vez de atirar para o ar, ele direcionou o cano para onde havia um grupo de crianças. A bala atingiu a cabeça de um petiz que encontrou a morte no local. A identidade não foi possível apurar.
Populares contaram que no sítio do disparo havia várias crianças ávidas em perceber o que se passava na casa onde decorria a referida operação policial.
Os moradores daquele bairro ficaram com os nervos à flor da pele, encurralaram o agente da Lei e Ordem, agrediram-no e tentaram linchá-lo, mas ele conseguiu fugir, deixando as insígnias e o boné.
Daniel Macuácua, porta-voz da PRM em Sofala, disse que após o baleamento, o seu colega dirigiu-se a uma unidade policial, onde deixou a arma e fugiu.
A corporação lamentou o facto e garantiu apoio à família da vítima, enquanto se investiga em que circunstâncias aconteceu a morte do miúdo.
Este não é o primeiro caso de assassinato de crianças por elementos da PRM na Beira.
A 23 de Setembro de 2016, um agente com a categoria de 2º cabo, afecto à 3a esquadra, tirou a vida de uma criança de apenas três anos de idade, identificada pelo nome de Chocolate Armando, no bairro de Matacuane.
Em vez de prestar assistência à vítima, o policial optou por fugir mas em pouco tempo foi preso.
Para além disso, em Fevereiro de 2016, um outro policial disparou mortalmente contra um taxista de moto-táxi, vulgo txopela, defronte das barracas sitas naquela zona.
O malogrado foi morto por se julgar que tinha gravado imagens de dois agentes da Polícia embriagados, discutindo na barraca devido uma desavença no pagamento do álcool que ambos tinham consumido, fardados e armados.