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Nigéria: ataque contra casa de líder islâmico deixa pelo menos 260 mortos

As autoridades nigerianas anunciaram esta terça-feira terem lançado o ataque final contra a residência do chefe dos radicais islâmicos pró-talibã que atuam no norte do país, depois de três dias de combates que deixaram pelo menos 260 mortos.

Pouco antes de viajar para o Brasil, o presidente da Nigéria, Umaru Yar’Adua, afirmou que a situação estava “sob controle” no norte do país. O presidente nigeriano revelou que as forças de segurança realizam neste momento o ataque final contra o líder dos extremistas, Muhamed Yusuf, referindo-se à situação em Maiduguri (nordeste), onde os combates prosseguiam na tarde desta terça-feira.

Um policial ouvido pela AFP na cidade confirmou que o exército estava disparando morteiros contra a casa de Yusuf. Só na cidade de Maiduguri, capital do Estado de Borno, na fronteira com Camarões, pelo menos 206 pessoas morreram na segunda-feira, informou à AFP um policial, que pediu anonimato. “Ontem (segunda-feira), contamos 197 cadáveres de extremistas que foram depositados no recinto da delegacia central (…). Os extremistas mataram nove policiais”, explicou a fonte.

Desde domingo, as forças de segurança combatem violentamente no norte da Nigéria membros de uma seita islâmica que se apresenta como “os talibãs”, nome dos radicais muçulmanos afegãos que foram derrubados em 2001 pelos Estados Unidos e seus aliados. “Mais de 100 cadáveres foram depositados no local do quartel general da polícia e estão trazendo mais”, disse por sua vez Ibrahim Bala, jornalista de uma rádio local.

Bala contou à AFP que a polícia está recolhendo das ruas os corpos de militantes mortos nesta cidade, onde foi imposto um toque de recolher. “Os combates cessaram desde a noite, mas os corpos ainda são levados ao quartel general da polícia em caminhões e furgões”, declarou. Os enfrentamentos que começaram no domingo passado se espalharam pelos estados de Bauchi, Borno, Kano e Yobe, os quatro no norte do país, o mais populoso do continente africano. Igrejas e prédios do governo foram incendiados por grupos de militantes, chamados de “talibãs da Nigéria”.

É o mais violento episódio de violência religiosa no país desde novembro de 2008, quando grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram a morte de 700 pessoas dentro e ao redor da cidade de Jos.

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