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Cazeneuve é nomeado primeiro-ministro da França após renúncia de Valls para disputar Presidência

O Presidente da França, François Hollande, escolheu o seu ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, para comandar o Governo socialista nesta terça-feira até um novo mandatário ser eleito em Maio de 2017.

A mudança foi provocada pela renúncia do até então primeiro-ministro, Manuel Valls, que anunciou na segunda-feira que irá tentar concorrer à Presidência no ano que vem.

Na semana passada, o próprio Hollande comunicou que não irá tentar a reeleição. Cazeneuve será essencialmente um primeiro-ministro interino até a eleição, na qual o partido de extrema-direita Frente Nacional espera causar uma reviravolta semelhante àquela vista em votações anti-sistema no Reino Unido, nos Estados Unidos da América e na Itália neste ano.

“O mundo mudou drasticamente em uma questão de meses… com o que aconteceu nos Estados Unidos, o Brexit (saída britânica da União Europeia) e o que acabou de acontecer na Itália”, disse Jean-Marie Le Guen, ministro de Assuntos Parlamentares e aliado de Valls, à rádio RTL. “A extrema-direita está no limiar do poder. A direita é mais brutal do que qualquer coisa que tenhamos visto”.

Num referendo realizado no final de semana, os eleitores italianos rejeitaram reformas constitucionais proposta pelo premiê, Matteo Renzi, o que o obrigou a renunciar e despertou temores de que a terceira maior economia da zona do euro enfrente um período de instabilidade política.

Valls, de 54 anos, renunciou formalmente em uma reunião com Hollande no Palácio do Eliseu nesta terça-feira. Responsável pela pasta do Interior desde abril de 2014, Cazeneuve, de 53 anos, teve que lidar com uma série de ataques fatais de militantes islâmicos que mataram mais de 230 pessoas desde janeiro de 2015 e supervisionar um período de lei de emergência imposto na sequência.

Ex-ministro da Europa e do Orçamento e advogado de formação, Cazeneuve foi apelidado de ‘o cardeal’ por sua própria equipe e por detratores em função de sua postura contida e às vezes fria. Até agora as pesquisas vêm indicando que a esquerda será humilhada na eleição presidencial do ano que vem após cinco anos no poder.

O próprio Hollande é mais impopular do que qualquer presidente francês em mais de meio século. Os institutos de pesquisa preveem há meses que a batalha pela presidência no segundo maior membro da zona do euro será um duelo entre o candidato conservador François Fillon e Marine Le Pen, líder da anti-imigração Frente Nacional.

A votação acontece em dois turnos realizados em abril e maio. Valls terá primeiro que conquistar a indicação de seu partido vencendo a primária de janeiro, na qual irá enfrentar uma disputa dura com esquerdistas mais tradicionais.

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