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Presidência afegã anuncia primeiro cessar-fogo local com talibãs

A presidência afegã anunciou nesta segunda-feira que responsáveis locais conseguiram pela primeira vez um acordo de cessar-fogo com insurgentes talibãs no oeste do país com vistas à eleição presidencial de 20 de agosto, mas os talibãs desmentiram a informação.

Um porta-voz dos insurgentes talibãs desmentiu qualquer acordo com as autoridades. No entanto, a imprensa local indicou que o acordo foi assinado por um homem que se apresentou como combatente talibã local. O anúncio deste acordo, assinado em um distrito da província de Badghis, aconteceu após a multiplicação dos atentados e do envio de milhares de soldados americanos para garantir a segurança das eleições de 20 de agosto, que também serão provinciais.

Esta espiral de violência vem gerando dúvidas entre observadores sobre se as eleições serão livres ou confiáveis. “Desde sábado foi estabelecido um cessar-fogo no distrito de Bala Murghab, província de Badghis, graças aos esforços e à mediação dos idosos (autoridades locais) e a sua influência junto à população da província”, indicou um porta-voz do presidente afegão Hamid Karzai, que vai tentar sua reeleição. Este acordo foi negociado durante 20 dias.

A sua assinatura permitiu a saída dos talibãs de três zonas do distrito de Bala Nurghab que voltaram às mãos das autoridades locais, destacou este porta-voz. Além disso, permitirá aos responsáveis locais para adotar as infraestruturas necessárias para a realização das eleições e para que os candidatos façam campanha, acrescentou. “Este acordo é uma premissa no país e um modelo que outras províncias e regiões também tentam aplicar”, disse.

Mas, entrevistado pela AFP, o principal porta-voz talibã, Yusuf Ahmadi, desmentiu o acordo e disse que os insurgentes não o necessitam. “Não conseguimos nenhum acordo de cessar-fogo com as autoridades”, afirmou. Karzai é alvo de críticas de seus rivais e detratores por não ter feito o suficiente para melhorar a segurança em um país devastado pela guerra desde que uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos expulsou do poder os talibãs no fim de 2001.

Contrariamente às províncias do sul e do leste afegãos, Bagdhis não é um reduto talibã, mas faz parte das províncias nas quais os insurgentes ampliaram sua influência nos últimos dois anos, aumentando o nível de violência. Por outro lado, o ministério britânico da Defesa anunciou que a primeira fase da operação ‘Garra de Pantera’ contra os rebeldes talibãs no sul do Afeganistão terminou. “São três fases. A primeira era a mais pesada militarmente.

A segunda é uma fase de contenção e a terceira uma fase de construção”, acrescentou. A operação “Garra de Pantera” foi lançada em 23 de junho para expulsar os talibãs do norte da província de Helmand, sul do país, antes das eleições presidenciais e provinciais de 20 de agosto. Nesta operação participam 3.000 dos 9.000 soldados que a Grã-Bretanha mantém atualmente nesse país, principalmente em Helmand, uma das mais violentas e reduto dos talibãs. É, além disso, a primeira província produtora de ópio do país, um tráfico que a rebelião usa para se financiar.

Paralelamente, os americanos realizam desde 2 julho outra ofensiva importante no sul da província de Helmand, na qual estão envolvidos 4.000 militares. A “Garra de pantera” provocou um aumento do número de baixas militares britânicas em julho no Afeganistão, o mês mais violento desde o início das operações contra os talibãs no final de 2001. Desde então, 189 soldados britânicos perderam a vida nesse país.

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