Os ministros de Comércio da Apec (Fórum para a Cooperação Econômica Ásia Pacífico), reunidos em Cingapura, e a OMC (Organização Mundial do Comércio) lançaram advertências nesta quarta-feira contra o protecionismo, dizendo que ele pode comprometer os primeiros sinais de recuperação da economia global.
“A economia mundial parece ter atingido o fundo do poço, mas as perspectivas continuam sendo incertas. Ainda há muitos riscos”, disseram os ministros da Apec em um comunicado, após dois dias de reuniões. “Perseveraremos nos esforços para apoiar o crescimento e facilitar o comércio e os fluxos de investimentos, manter nossos mercados abertos e dar um novo impulso para fechar a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial”, acrescentou o texto final da reunião.
Os ministros da Apec se comprometeram segunda-feira em concluir a Rodada de Doha em 2010, segundo o compromisso adotado pelo G8 (Grupo dos oito países mais ricos do planeta) e as principais economias emergentes na cúpula celebrada há duas semanas na cidade italiana de L’Aquila. O diretor geral da OMC, Pascal Lamy, que viajou para Cingapura para se reunir com os ministros do Fórum, pediu aos governos que mostrem “resolução política” contra o protecionsimo.
“Desde o início da crise assistimos a um aumento das medidas restritivas do comércio, portanto não há margem para condescendência”, disse em entrevista à imprensa. “É provável que aumente a pressão sobre os legisladores, para que recorram a medidas de contingência e a outras ações de restrição do comércio, especialmente se a tendência de alta do desemprego persistir antes de as coisas melhorem”, continuou.
Os ministros da Apec, cujas economias representam mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, disseram que a melhor garantia contra o protecionismo será uma conclusão rápida e de sucesso da Rodada de Doha, iniciada em 2001 e até agora entravada pelas divergências entre nações membros do Norte e do Sul. Além disso, os negociadores das 21 economias da APEC ante a OMC em Genebra receberão “um mandato mais forte para serem mais flexíveis nas negociações”, acrescentaram os ministros do encontro.
O ministro do Comércio de Cingapura, anfitrião da reunião da Apec, Lim Hng Kiang, disse que os membros deste fórum evitarão adotar medidas que tenham efeitos protecionistas, inclusive se elas forem compatíveis com as normas da OMC.