Um indivíduo cuja identidade não apurámos, de 48 anos de idade, não goza de liberdade, desde a semana finda, por suposta violação sexual de duas crianças, das quais uma de 16 anos de idade e a outra de 10 anos, no bairro suburbano de Ferroviário das Mahotas, na capital moçambicana.
O caso deu-se na passada quinta-feira (21), na casa do indiciado. De acordo com uma das vítimas, o presumível estuprador aliciou-as com pão até ao interior da sua residência, onde consumou o acto.
“Ele (o acusado) tirou a roupa, entrou na manta connosco, segurou-me e violou-me”, contou a rapariga. Entretanto, o indiciado negou as acusações e disse que ele estava a sair da casa quando encontrou as miúdas ao acaso na rua, tendo estas pedido para lhes comprar pão.
“Elas pediram-me para eu lhes comprar pão e respondi que não tinha dinheiro. Perguntei de onde elas vinham e responderam que voltavam da casa de uma tia e não fiz mais nada senão ir trabalhar. É mentira o que estão a dizer porque eu saio de manhã e só regresso à noite”, defendeu-se o cidadão.
Desesperada, a mãe da petiza de 10 anos de idade, disse que tomou conhecimento da situação no serviço, através de uma vizinha que foi ao encontro dela. Ela acrescentou que nunca antes tinha visto o violador.
Na última semana, uma outra criança de 11 anos de idade foi abusada sexualmente no bairro Nkobe, município da Matola, província de Maputo, por um jovem de 35 anos de idade, o qual alega que teria sido conquistado pela rapariga, pelo que forçou a cópula para supostamente satisfazer os desejos da mesma.
Os abusos de violação sexual são na maioria dos casos perpetrados por pessoas mais próximas das vítimas, entre elas vizinhos, tios e até pais. Em Inhambane, por exemplo, estima-se que perto de 60 pessoas crianças foram estupradas no primeiro semestre deste ano.
Este mal, que incide sobremaneira sobre as mulheres, particularmente contra as menores de idade, deve-se em parte à letargia das instituições de justiça em punir, severamente, os protagonistas e, também ao facto de o fenómeno ser recorrentemente mantido em segredo nas famílias.
Segundo os últimos dados da Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentados ao Parlamento, a violência sexual em Moçambique aumentou de 863 casos, em 2014, para 1.091, no ano passado. Tete, Sofala e Zambézia, com 137, 160 e 182 ocorrências, posicionam-se em primeiro lugar entre as províncias onde o mal foi mais relatado naquele ano.