A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em visita este sábado a Mumbai, pediu ao mundo que lute contra o terrorismo e prestou homenagem às vítimas dos atentados islamitas de novembro contra a capital econômica indiana.
Hillary Clinton chegou ontem à Índia para reforçar os laços com a décima potência econômica que se tornou um ator chave nas discussões sobre as questões nucleares, a liberalização do comércio e a mudança climática. A chefe da diplomacia americana estava no hotel Taj Mahal Palace and Tower de Mumbai, onde 31 pessoas morreram no ataque, de 26 a 29 de novembro, de um comando islamita paquistanês contra hotéis, um restaurante, a estação rodoviária e um centro judeu da megalópole (174 mortos).
Ela relacionou estes atentados aos de 11 de Setembro e aos de sexta-feira em Jacarta, dizendo que estes acontecimentos marcaram “a consciência coletiva”. “As bombas de ontem em Jacarta nos lembraram dolorosamente que a ameaça de um extremismo continua sendo muito real. É mundial, impiedosa, niilista e temos de detê-la”, insistiu Hillary Clinton. “Vamos livrar o mundo da raiva e do extremismo”, lançou. Ela disse que os “Estados Unidos vão trabalhar com os governos indianos, indonésios e de outras nações para a paz, a segurança e para vencer estes extremistas”.
O terrorismo no sul da Ásia está na agenda de reuniões de Hillary Clinton, segunda-feira, em Nova Délhi, com o primeiro-ministro Manmohan Singh, e o ministro dos Assuntos Estrangeiros S.M. Krishna. A Índia atribui os atentados de Mumbai a um grupo islamita paquistanês chamado Lashkar-e-Taïba, com a cumplicidade dos serviços de inteligência militares de Islamabad.
Estes ataques provocaram o congelamento do trabalhoso processo de paz iniciado em janeiro de 2004 entre as potências nucleares rivais. O Paquistão admitiu que o complô de Mumbai foi armado em parte em seu território. Na Índia, Hillary Clinton espera ampliar a cooperação bilateral para a resolução de problemas internacionais como o aquecimento climático, a proliferação nuclear ou a liberalização do comércio mundial, principalmente após atritos indo-americanos em 2008 na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo seus próximos, Hillary Clinton deve anunciar os dois locais escolhidos pela Índia para as centrais nucleares americanas. Os dois países assinaram em outubro um acordo de cooperação no ramo de energia nuclear civil, consagrando sua reaproximação histórica após as tensões da Guerra Fria e os testes atômicos indianos de 1974 e 1998.