Pelo menos 30 pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas, várias delas em estado grave, num ataque nesta terça-feira contra um depósito de armas nos arredores de Trípoli, na Líbia.
O depósito fica entre as localidades de Garabuli e Qasr al Ajiyiar, cerca de 70 quilómetros ao leste da capital, palco nas últimas horas de combates entre milícias locais e grupos de homens armados procedentes da cidade de Misrata, cerca de 200 quilómetros ao leste de Trípoli.
Segundo a primeira versão, as citadas milícias locais teriam tentado assaltar o depósito, controlado pelos soldados de Misrata, momento no qual aconteceu uma potente explosão por causas ainda desconhecidas.
Fontes de segurança em Garabuli explicaram à Efe, por sua parte, que os combates não estavam relacionados com disputas de carácter político, mas com as denúncias de parte da população sobre a atitude dos grupos armados procedentes de Misrata.
“O conselho da cidade está intermediando para tentar deter o derramamento de sangue”, acrescentaram as fontes.
As milícias de Misrata, uma das mais poderosas do país, se somaram há um mês à aliança de grupos armados formada pelo governo de unidade – promovido pela ONU – para arrebatar dos jihadistas o seu bastião na cidade litorânea de Sirte.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional apoiou a revolta rebelde e contribuiu militarmente para a queda do regime ditatorial de Muammar Kadafi.
Na actualidade o país tem três autoridades: um governo que a ONU considera rebelde e que até Março controlou Trípoli; outro em Tobruk, reconhecido legalmente por uma multidão de países, e um terceiro, “de unidade”, assentado em Trípoli e que tem o apoio das Nações Unidas e da União Europeia.
Desse conflito tiraram proveito os grupos jihadistas, especialmente o braço líbio do Estado Islâmico (EI), que em apenas um ano avançou de seu bastião em Derna, no oeste do país, rumo às cidades de Benghazi e Sirte, onde ainda resiste ao progresso da aliança.