Chamo-me Marcelino Marcos Charles, moçambicano de 33 anos de idade, residente em Tete, e filho de Marcos Charles Cadeado Tembo. Este, na altura militar, tinha a patente de major, atribuída pelo Estado-Maior General, e a sua especialidade era de reconhecimento. O meu pai estava na reserva desde 2011 – espero não estar equivocado – mas, infelizmente, ele veio a perder a vida em Novembro do ano passado.
Senhor Presidente da República, Filipe Nyusi, tenho uma questão que achava ser simples, mas pelo tempo que a mesma está a levar para ser resolvida optei por escrevê-lo, porque a atitude das pessoas que dizem estar a trabalhar para encontrarem uma solução não me inspiram confiança.
O meu pai foi combatente, desde o tempo colonial, e esteve envolvido na guerra civil. Aquando da sua morte ele residia em Tete. Realizámos todas as cerimónias fúnebre na sua terra natal (Mokumbura) e remetemos um processo, em tempo útil, ao Ministério da Defesa Nacional para o pagamento do dinheiro a que temos direito, bem como o reembolso do valor referente ao enterro, conforme o acordado com alguns dirigentes que acompanharam o caso. Mas até agora o silêncio tem sido total por parte desta instituição do Estado.
O que eu gostaria de saber, senhor Presidente da República, é quanto tempo este processo leva para o seu desfecho? Parece-me que não há seriedade por parte de alguns funcionários do Ministério da Defesa Nacional ou do Ministério da Economia e Finanças. Há falta de vontade para se pagar o que temos direito ou há outro problema que não estamos a perceber?
Eu acho que atitudes de género merecem um tratamento adequado no sentido de evitar que se repitam. Acredito que existe tanta gente numa situação similar à minha e que não sabe onde recorrer. Essas pessoas acabam perdendo o que lhes é de direito.
Na qualidade de Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e ex-ministro da Defesa, o senhor pode fazer-me um grande favor em relação a este assunto. Que tome as medidas necessárias e sérias para que a minha inquietação seja resolvida e que se punam as pessoas que só fazem retardar este país, que deve andar para frente. Não faz sentido que um processo de Novembro último até hoje ainda não tenha sido resolvido.
Por Marcelino Charles