O líder comunista Ling Jihua, antigo secretário pessoal do ex-Presidente da China, Hu Jintao, foi acusado formalmente de aceitação de subornos, obtenção ilegal de segredos de Estado e abuso de poder, anunciou nesta sexta-feira a procuradoria estatal.
Ling, de 59 anos, será julgado pelo Tribunal Popular Intermediário Número 1 de Tianjin, cidade portuária situada a cerca de 200 quilómetros de Pequim, informou a Procuradoria Popular Suprema em comunicado.
O homem que já foi “braço direito” de Hu Jintao começou a ser investigado em Dezembro de 2014 por suposta corrupção e foi expulso do Partido Comunista (PCCh) sete meses depois, o que abria a porta para seu indiciamento.
Ling era até então uma figura destinada a ascender a postos de alta responsabilidade, mas a sua influência começou a ruir em 2012, pelo facto do seu filho ter morrido em um acidente quando conduzia um Ferrari a grande velocidade, o que foi interpretado como um indício de uma vida familiar complicada e corrupta.
Os veículos de comunicação especularam no último ano sobre a possibilidade de Ling, na qualidade de director-geral do escritório geral do PCCh e assistente pessoal de Hu (2003-2013), ter roubado importantes segredos de Estado, tais como códigos de segurança e da residência oficial de líderes comunistas em Zhongnanhai.
Também se suspeita que entregou estes segredos ao seu irmão Ling Wancheng, empresário que fugiu para os Estados Unidos da Améirca, o que levou o governo chinês a negociar no ano passado com o americano a sua captura e extradição.
Ling Wancheng encontra-se em paradeiro desconhecido desde Outubro de 2014, quando vivia em uma vila dos arredores de Sacramento (Califórnia, oeste dos EUA).
Segundo a revista de Hong Kong “Qianshao”, Ling Wancheng pode ter em seu poder mais de 2.700 documentos confidenciais, que incluiriam códigos nucleares e redes de comunicações secretas da liderança comunista para tempos de crise.