O Egipto abriu a sua fronteira com Gaza pela primeira vez em três meses nesta quarta-feira, dando aos palestinos dois dias de alívio de uma interdição resultante do atrito entre o Cairo e os governantes islâmicos do enclave.
O encerramento de Rafah e a destruição de túneis usados para contrabando através da divisa levados a cabo pelo Egito, assim como as restrições mais severas impostas por Israel ao longo de sua própria fronteira com Gaza, aprofundaram a penúria económica de muitos dos 1,9 milhão de palestinos que vivem no território.
O governo egípcio, comandado por um militar, vem mantendo sua divisa com a Faixa de Gaza fechada a maior parte do tempo desde que o ex-presidente Mohamed Mursi, da hoje ilegal Irmandade Muçulmana, foi deposto há três anos. Autoridades egípcias vêem o Hamas, que governa Gaza, como uma ameaça, acusando o grupo de apoiar uma insurgência islâmica na península do Sinai que faz fronteira com o território palestino.
O Hamas nega a acusação. Cerca de 30 mil moradores de Gaza estão em uma lista de espera para cruzar a divisa em Rafah. Só alguns poucos milhares, como doentes, estudantes e portadores de vistos de residência de outros países, devem conseguir fazer a travessia na quarta e na quinta-feira antes que ela volte a ser fechada.