Trinta e três pessoas morreram na semana passada em consequência de 34 acidentes de viação, que feriram outras 67, das quais 30 com gravidade, em diversas estradas do país. Os números avançados pela Polícia da República de Moçambique (PRM) dizem respeito só a 26 de Março último e 01 de Abril corrente, pelo que não incluem os 16 cidadãos perecidos na madrugada de segunda-feira (04), na localidade de Mavanza, no distrito de Vilankulo, província de Inhambane, devido a um outro sinistro envolvendo um autocarro de passageiros, que fazia o trajecto Vilankulo/Maputo, e um camião que transportava troncos de madeira.
Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, reconheceu que os acidentes de viação continuam sem freios e preocupantes, por isso, urge “unir esforços” para serem prevenidos em conjunto. E apenas “a mudança de comportamento dos utentes da via pública” pode inverter o drama. Nas últimas duas semanas “cerca de 70 pessoas morreram” por conta deste drama.
“Se os utentes da via pública mudarem de comportamento poderemos reduzir os níveis de acidentes”, que ceifam vidas e “atrasam o desenvolvimento do país. Tiram da circulação pessoas que com a sua força podiam contribuir para o sustento das suas famílias”, apelou o agente da Lei e Ordem.
“Quem se faz à via pública, regra geral, tem carta de condução” obtida em alguma escola, pelo que não se justifica que, pese embora os apelos para a observância das normas de trânsito, impostas pelo Código da Estrada, persistia o derramamento de sangue e luto nas estradas moçambicanas.
De acordo com Inácio Dina, os 34 sinistros rodoviários resultaram fundamentalmente do excesso de velocidade, do cruzamento irregular e da má travessia de peões. “Estas três causas têm muito a ver com o desrespeito das regras de trânsito (…)” e os protagonistas têm idades que variam entre 32 e 38 anos.
No período em alusão, a Polícia de Trânsito (PT) fiscalizou 40.777 viaturas, 9.859 multas impostas, apreendeu 71 carros por diversas irregularidades, confiscou 257 cartas de condução e 62 livretes e deteve 16 indivíduos por se fazerem ao volante sem habilitações para o efeito.
Em relação ao acidente ocorrido em Inhambane, Dina disse que o condutor do autocarro de passageiros será responsabilizado, pois há indícios claros de que houve excesso de velocidade a ponto de arrastar o camião carregado com troncos de madeira por cerca de 100 metros.
O autocarro, com a chapa de inscrição AFA 345 MC, na circunstância conduzido por um cidadão que responde pelo nome de Carlos João Muendane, de 48 anos de idade, pertence à empresa Mazenga. O motorista do camião, identificado pelo nome de Ernesto Alfredo Mucavele, e o seu mecânico, não escaparam da tragédia, pois na altura encontravam-se a dormiam em baixo do camião, por conta de uma avaria grossa.
Para o porta-voz do Comando-Geral e também superintendente provincial da PRM, um machimbombo que consegue arrastar, com tamanha violência, um camião carregado indica excesso de velocidade. “Há uma necessidade de responsabilizar o automobilista. Aquele era um acidente evitável”.
Por conta deste sinistro, as autoridades de Vilankulo decretaram três dias de luto. Durante este período, a bandeira do município local deverá estar içada à meia haste.
Num outro desenvolvimento, Dina disse que em caso de alguma sinistralidade a Policia tem feito a devida instrução do processo, que segue para as demais entidades que articulam com esta entidade, tais como o do Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER) e o tribunal. E cabe a esta última estância dar o andamento dos processos nela remetidos e fixar as indeminizações das vítimas caso sejam necessárias.