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Kaliza: o refractário do Moz Pipa

Kaliza: o refractário do Moz Pipa
É de uma família de músicos. Nasceu em Tete, no clã Caliano, tendo começado a cantar mais ou menos em 1995, com o nome de Paulo Caliano (seu nome de registo) para, em 1996, juntamente com os seus irmãos – Ismael Caliano, Alfredo Caliano, Zeno Caliano e Bruno Caliano – formar uma banda que tinha como vocação principal tocar em lugares restritos. Mas Kaliza não sabia, muito provavelmente, que aquele seria o início de uma carreira que o colocaria agora num lugar especial, particularmente na cidade de Maputo. 

Kaliza chegou a capital moçambicana e, depois de provar o fruto da árvore que passaria a trepar constantemente, juntou-se a um grupo de jovens que formavam o Moz Pipa (uma das bandas de referência no nosso panorama musical). Com ele galgou distâncias assinaláveis (entre 2001 e 2005), mas o jovem virou depois para o outro lado, preferindo caminhar a solo. “Não tive nenhum problema pessoal com os meus colegas do Moz Pipa.
 
A vida dos músicos tem destas situações. Achei que me sentiria mais livre fazendo as coisas a solo, e é isso que estou a fazer. Continuou a dar-me bem com os meus antigos colegas de grupo e, quem sabe, um dia volte a tocar com eles!”
 
É importante referir que a saída de Kaliza do Moz Pipa, vem depois de uma digressão que o conjunto fez por algumas cidades moçambicanas, nomeadamente Beira, Chimoio, Quelimane e Pemba, na companhia do Angola Eduardo Paim. “Isso aconteceu entre 2002 e 2004 e, depois da digressão pensei em mudar de rumo e mudei”.
 
Para além de achar que podia respirar melhor nas suas criações tocando a solo, Kaliza considera que “tomei esse comportamento também porque as bandas não são acarinhadas em Moçambique. Fica complicado você programar um espectáculo com um conjunto por causa dos cachêts. Então optei por este caminho”. 
 
Este músico tem uma banda que se chama Kaliza e Amigos, que engloba normalmente Tony Django, Bernardo Domingos, Gibra e Eduardo. Com este grupo tem se apresentado em casas de pasto e em festas de casamento e outras. “Tenho um reportório composto por músicas da minha autoria e outras que são uma réplica de músicos de vários latitudes, que tocamos como uma forma de celebrar a própria música”.
Lutando contra Sida
 
Kaliza é um dos músicos seleccionados pelo PSI-Jeito para participar na campanha de sensibilização dos jovens sobre os perigos desta pandemia, juntamente com outros artistas de reconhecido mérito. “Para mim é uma grande honra e privilégio ter sido escolhido para participar nesta campanha. Como jovem que sou, a responsabilidade fica acrescida e vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para merecer a responsabilidade que colocam nos ombros”. 
 
Kaliza considera que o seu trabalho será facilitado exactamente pelo facto de ele também ser jovem. “Conheço o comportamento da juventude porque eu também sou jovem. Então aí o diálogo vai fluir. Vou dar tudo que estiver ao meu alcance para que o meu trabalho seja um sucesso”.
 
O músico acha ainda que existe um comportamento diferenciado entre os jovens urbanos e os que são do campo. “O comportamento não pode ser o mesmo por causa de questões culturais e da própria formação e informação. Mesmo assim acho que ainda é possível corrigir alguns comportamentos para o melhor”.
 
Vencedor do MMA
 
Kaliza é um dos premiados do Moçambique Music Awards, tendo sido distinguido com o prémio de “Melhor Vídeo Musical do Ano”. “Sinto-me feliz por ter recebido este prémio de um júri que considero competente. Isso dá-me maior responsabilidade para continuar a trabalhar”.
 
É isso, Kaliza é um dos músicos de eleição que Moçambique tem. Um jovem que tem pela frente um terreno desbravado, também pelas suas próprias mãos.
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