A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) denunciou nesta quinta-feira os graves danos sofridos pelo sítio arqueológico da Babilônia durante a invasão do Iraque por uma coalizão dirigida pelos Estados Unidos.
Os vestígios arqueológicos da cidade sofreram deteriorações graves durante “escavações, desmantelamentos e nivelações de terreno”, diz um informe elaborado pelo Comitê Internacional de Coordenação da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural do Iraque (CIC-Irak), divulgado esta quinta-feira.
Durante a guerra de 2003, a cidade arqueológica foi saqueada. Houve roubos e destruições nas coleções dos museus dedicados a Hamurábi e a Nabucodonosor, assim como na Biblioteca e nos Arquivos da Babilônia. O sítio arqueológico da Babilônia foi utilizado como base militar pelas forças armadas da coalizão no período 2003-2004.
É “como se tivesse sido estabelecido um acampamento militar nas proximidades da Grande Pirâmide do Egito ou do pré-histórico Stonehenge na Grã-Bretanha”, segundo um informe do Museu Britânico de 2005. Foram produzidos danos consideráveis em alguns elementos estruturais importantes, como a Porta de Ishtar e a Via Processional.
Situada a 90 km ao sul de Bagdá, a cidade da Babilônia foi a capital de dois famosos reis da Antiguidade: Hamurabi (1792-1750 a.C.) e Nabucodonosor (604-562 a.C.). Hamurabi é o autor de um dos primeiros códigos jurídicos da humanidade, e Nabucodonossor foi o rei que mandou construir os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo.