Vários sites oficiais americanos “sensíveis” e sul-coreanos foram alvo nos últimos dias de uma onda de ciberataques, que não seriam, segundo uma investigação sul-coreana, obra de um único indivíduo, mas de uma organização ou de um Estado.
Nos Estados Unidos, dezenas de sites, entre eles os da Casa Branca e do Pentágono, foram visados no final de semana, durante a festa nacional americana, revelaram nesta quarta-feira especialistas em segurança na informática. “Foi um ataque em massa”, disse Johannes Ullrich, chefe de tecnologia em informática do centro privado SANS Internet Storm Center. “Nada de muito sofisticado, mas (…) fizeram com que os sistemas entrassem em colapso”, acrescentou.
“O mais prejudicado foi o da Comissão Federal de Comércio, (ftc.gov)”, disse Ullrich. Segundo o especialista, o ataque de hackers também causou destruições nas páginas do Departamento de Segurança Interior, na Administração Federal de Aeronáutica (FAA), na Agência de Segurança Nacional (NSA) e nos Departamentos de Estado e do Tesouro, entre outros.
Entre os privados, Ullrich mencionou a Bolsa de Nova York (NYSE), a eletrônica Nasdaq, o portal Yahoo!, o site de vendas Amazon e o jornal The Washington Post. O portal oficial do Departamento de Estado (state.gov), também foi atingido, confirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ian Kelly.
A Bolsa de Wall Street admitiu em comunicado que seu site (nyse.com) foi atacado, mas que isso “não teve um impacto maior”. Na noite de terça-feira, “todos os sites federais funcionavam”, garantiu o Departamento de Segurança, lembrando que esse tipo de ação visando os sites do governo eram praticamente diários.
Os prejuízos foram muito mais sérios na Coreia do Sul, onde vários sites, principalmente os da presidência e da Defesa, foram atingidos na noite de terça-feira. A Coreia do Norte poderia estar por trás de uma série de ciberataques que visaram, na noite desta terça-feira, sites oficiais sul-coreanos, principalmente os da presidência e da Defesa, informou nesta quarta-feira a agência Yonhap, citando serviços secretos do Sul (NIS).
Segundo o NIS, 12.000 computadores particulares na Coreia do Sul e 8.000 no exterior foram utilizados para lançar a ação. Cerca de 25 sites foram alvo de ataques na noite de terça-feira, deixando-os fora de serviço por cerca de quatro horas, segundo a imprensa local. O clima de tensão entre as duas Coreias ficou particularmente agudo depois que o regime norte-coreano realizou seu segundo teste nuclear no dia 25 de maio, condenado pela ONU, seguido, depois, do lançamento de uma série de mísseis de curto alcance e do anúncio de que estaria desvinculada do armistício de 1953 que pôs fim à guerra da Coreia.
No mês passado, o Pentágono anunciou a criação de um comando militar encarregado de reagir a ataques no setor de informática. O novo “cyber-comando”, sob a autoridade do Comando Estratégico americano (Stratcom), entrará em operação a partir do outono.