Um tribunal da Índia condenou um motorista de taxi da empresa Uber à prisão perpétua nesta terça-feira por estuprar uma passageira, num caso que chamou atenção para os riscos de violência sexual enfrentados pelas mulheres.
O motorista Shiv Kumar Yadav recebeu a pena máxima no mês passado, depois de ser considerado culpado de estupro, sequestro e intimidação criminosa da passageira, que pediu transporte após sair de uma festa em Nova Délhi em Dezembro passado.
Yadav conseguiu o emprego na empresa Uber com referências falsas, o que lhe permitiu ocultar a sua ficha criminal. Em consequência disso, a empresa norte-americana, que foi avaliada em 50 biliões de dólares este ano, foi proibida de actuar na capital indiana, e só recuperou o direito de operar no país recentemente, depois de tornar o processo de selecção dos motoristas mais rígido.
“Em consonância com os fatos e os indícios do caso, sentencio Shiv Kumar Yadav a um rigoroso aprisionamento vitalício”, declarou o juiz Kaveri Baweja à corte.
O caso fez lembrar o chocante estupro seguido de assassinato de uma jovem fisioterapeuta num autocarro de Nova Délhi em 2012, que se tornou tema de um documentário da rede de televisão britânica BBC que foi proibido pelo governo indiano este ano.
As autoridades aceleraram o julgamento de Yadav para reagir à demanda pública por um resultado justo e rápido para o caso. “Estamos felizes que a Justiça tenha sido feita e que o processo não tenha demorado tanto”, disse Madhur Verma, do vice-comissariado da polícia da capital.
A vítima, que trabalha para uma empresa de consultoria internacional, adormeceu dentro do táxi durante a corrida. Yadav então a levou a um lugar isolado e a violentou.
O advogado do réu, D.K. Mishra, afirmou que irá apelar do veredicto em uma instância superior. “O meu cliente é inocente”, declarou aos repórteres após o pronunciamento da sentença. A passageira também processo a empresa Uber num tribunal federal dos EUA em Janeiro, mas mais tarde retirou a acção.