Um total de 183 corpos de migrantes foram resgatados segunda-feira ao largo da cidade de Zouara, no oeste na Líbia, proveniente do naufrágio no mês passado dum barco que transportava pelo menos 450 pessoas, noticiou a imprensa líbia, citando fontes mediáticas maltesas.
Segundo o site “Migrant Report”, sediado em Malta, que intercepta o movimento dos migrantes a partir da Líbia, apenas 197 pessoas conseguiram escapar ao afogamento, o que eleva o número de desaparecidos para 70 pessoas.
Um voluntário do Crescente Vermelho na Líbia, envolvido no esforço de salvamento, revelou no local que “a amplidão da tragédia é inimaginável”, acrescentando que os sobreviventes foram transferidos para um centro de detenção de sobreviventes em Tripoli e que as autoridades líbias responderam ao incidente pela detenção de três pessoas suspeitas de ser traficantes de seres humanos.
Mais de 300 mil migrantes tentaram a travessia do Mar Mediterrâneo para a Europa desde o início deste ano 2015, contra 219 mil em 2019 segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que precisa que mais de dois mil e 500 migrantes morreram. Em 2014, cerca de três mil e 500 pessoas morreram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo.
País de acolhimento e de trânsito dos migrantes, a Líbia tornou-se, nestes últimos anos, o principal ponto de partida dos migrantes para Europa devido ao caos de segurança que reina no país, onde as estruturas do Estado desmoronaram depois da destituição do regime de Muamar Kadhafi em 2011.
