O corpo de Michael Jackson será levado ao rancho do cantor, Neverland, onde será exposto ao público, revelou a imprensa americana nesta terça-feira, que especulava sobre o sepultamento do astro pop no mesmo local.
Jackson, que morreu de parada cardíaca, aos 50 anos, seguirá para Neverland, a cerca de 150 km de Los Angeles, na próxima quinta-feira, numa caravana com mais de 30 carros, informou a rede de televisão CNN. Na sexta-feira, o corpo poderá ser visto pelo público, e no domingo haverá uma cerimônia de despedida restrita à família de Jackson.
Funcionários do condado de Santa Barbara confirmaram hoje que foram notificados sobre a transferência do corpo para Neverland, e destacaram que se “preparam para enfrentar um evento de grande dimensão”.
A exposição do corpo de Jackson em Neverland, cujo acesso passa por uma estrada de curvas fechadas entre montanhas, pode se tornar um verdadeiro pesadelo logístico para as autoridades de Santa Barbara. A questão do testamento do rei do pop também domina a imprensa, e o Wall Street Journal informou hoje que um documento firmado por Michael em 2002 divide sua herança entre os filhos, a mãe e algumas instituições de caridade.
Na véspera, a mãe do cantor, Katherine Jackson, de 79 anos, recebeu a guarda temporária dos três netos órfãos e autoridade para administrar seus bens, incluindo o catalogo de canções dos Beatles. O nome de Joseph Jackson, pai do ídolo pop e promotor original de sua carreira, com quem Michael tinha uma relação complicada, não consta do testamento, segundo o Wall Street Journal.
Um advogado de Michael Jackson pode apresentar seu testamento na próxima quinta-feira. Acredita-se que esta tenha sido a última versão firmada pelo cantor perante a Suprema Corte de Los Angeles, acrescenta o WSJ. Os pais de Michael jamais viram este documento, segundo o advogado John Branca, que trabalhava para o astro. Ainda de acordo com o Wall Street Journal, Branca e o produtor musical John Mclain, amigo de Michael Jackson, são os executores do testamento.
John Branca trabalhou para Jackson entre 1980 e 2006, e havia sido novamente admitido por ele uma semana antes de morrer. Enquanto emergem diversos problemas legais sobre os aspectos inconclusivos que cercam a morte repentina de Jackson, seu pai declarou na segunda-feira que a família espera o resultado da segunda autópsia.
Oficiais do Instituto de Medicina Forense do Condado de Los Angeles realizaram na tarde de segunda-feira “uma visita de rotina” à casa de Holmby Hills, em Bel-Air, oeste de Los Angeles, onde Jackson morreu. Segundo o porta-voz dos legistas, Craig Harvey, os funcionários coletaram “evidências médicas adicionais” na mansão, que estava sendo alugada pelo artista por 100.000 dólares mensais. A mesma fonte acrescentou que o departamento de Detetives da Polícia de Los Angeles está interrogando um número não revelado de médicos que atenderam ou prescreveram receitas para Michael Jackson nos últimos anos.
A família Jackson pediu uma segunda autópsia independente ao considerar que não estavam claras as circunstâncias nem o papel do médico pessoal de Michael, Conrad Murray, que estava com ele na hora da parada cardíaca. Uma primeira necrópsia, realizada pelo Instituto de Medicina Forense, descartou em seu relatório preliminar suspeitas criminais. Serão necessárias “entre quatro e seis semanas” até que os resultados finais sejam divulgados, devido a alguns exames toxicológicos mais demorados.
Enquanto isso, os três filhos de Jackson permanecem na casa dos avós paternos. Prince Michael I, de 12 anos, Paris Michael, de 11 e Prince Michael II, 7, podem se tornar o centro de uma violenta disputa judicial por sua guarda, em meio a informações e desmentidos sobre sua verdadeira origem. “Vamos cuidar deles e dar a eles a educação que devem ter”, declarou Joseph Jackson.