Comboios com imigrantes chegaram a Áustria e a Alemanha nesta segunda-feira procedentes da Hungria, enquanto as regras do sistema de asilo da União Europeia sofriam um colapso sob a pressão de uma onda migratória sem precedentes no bloco.
À medida que milhares de homens, mulheres e crianças, muitos fugindo da guerra civil na Síria, continuavam a chegar do leste, autoridades deixavam os imigrantes seguirem viagem rumo à Alemanha, destino preferido de muitos.
O fluxo representa uma crise para a União Europeia, que eliminou controles fronteiriços entre os 26 países da área Schengen, mas exige que os candidatos a asilo entrem com o pedido no primeiro país que entram no bloco, uma regra frequentemente ignorada.
De acordo com as regras da UE, o porta-voz da polícia austríaca disse que só aqueles que ainda não haviam pedido asilo à Hungria poderiam entrar, mas a pressão da quantidade enorme de pessoas prevaleceu e, como se relatou a presença de poucos policiais e oficiais de fronteira na vizinhança, o comboio foi adiante aparentemente com todos os passageiros ainda a bordo.
Muitos dos refugiados que desembarcaram na estação de Viena nesta segunda-feira correram imediatamente para apanhar comboios para a Alemanha diante do olhar passivo de polícias que preferiram não intervir, disseram testemunhas.
“Graças a Deus ninguém pediu um passaporte… sem polícia, sem problema”, contou Khalil, de 33 anos, professor de inglês de Kobani, na Síria, acompanhado pela esposa e pela filha, a tossir e a chorar nos seus braços, na estação de Viena. Ele descreveu como ele e sua família conseguiram comprar passagens em Budapeste e seguir para Hamburgo, na Alemanha, acrescentando ter certeza de que iriam ter uma acolhida melhor ali depois de cruzar os Bálcãs e a Hungria.
“Quanto à Alemanha, os sírios chamam (a chanceler Angela) Merkel de ‘Mama Merkel'”, acrescentou, referindo-se à reacção relativamente compassiva da líder alemã na crise dos imigrantes até o momento.