A investigação inconclusiva das causas que, na última quinta-feira, fizeram parar de bater o coração de Michael Jackson, está a atrapalhar a organização do funeral do rei do pop, que excluiu do seu testamento, redigido há sete anos, o próprio pai, descobriu-se esta terça-feira.
Um dia depois da mãe do cantor, Katherine Jackson, de 79 anos, ter recebido a guarda temporária dos três netos órfãos e autoridade para administrar seus bens, incluindo o catalogo de canções dos Beatles, o Wall Street Journal informou que um testamento escrito por Michael em 2002 divide sua herança entre os filhos, a mãe e algumas instituições de caridade.
O nome de Joseph Jackson, pai do ídolo pop e promotor original de sua carreira, com quem Michael tinha uma relação complicada, não consta do testamento, segundo o jornal. Um advogado de Michael Jackson pode apresentar seu testamento na próxima quinta-feira.
Acredita-se que esta tenha sido a última versão apresentada pelo cantor perante a Suprema Corte de Los Angeles, acrescenta o WSJ. Os pais de Michael jamais viram este documento, segundo o advogado John Branca, que trabalhava para o astro.
Ainda de acordo com o Wall Street Journal, Branca e o produtor musical John Mclain, amigo de Michael Jackson, são os executores do testamento. John Branca trabalhou para Jackson entre 1980 e 2006, e havia sido novamente admitido por ele uma semana antes de morrer, aos 50 anos, em consequência de uma parada cardíaca.
Enquanto emergem diversos problemas legais sobre os aspectos inconclusivos que cercam a morte repentina de Jackson, seu pai declarou na segunda-feira que a família espera o resultado da segunda autópsia para marcar uma data para seu funeral. Oficiais do Instituto de Medicina Forense do Condado de Los Angeles realizaram na tarde de segunda-feira “uma visita de rotina” à casa de Holmby Hills, em Bel-Air, oeste de Los Angeles, onde Jackson morreu.
Segundo o porta-voz dos legistas, Craig Harvey, os funcionários coletaram “evidências médicas adicionais” na mansão, que estava sendo alugada pelo artista por 100.000 dólares mensais. A mesma fonte acrescentou que o departamento de Detetives da Polícia de Los Angeles está interrogando um número não revelado de médicos que atenderam ou prescreveram receitas para Michael Jackson nos últimos anos.
“Não estamos preparados para isso (os funerais) ainda, porque estamos tentando esperar por algo mais. Estamos tentanto saber o que aconteceu com Michael”, disse Joseph Jackson na segunda-feira ao lado do reverendo e ativista político Al Sharpton, do lado de fora da casa da família em Encino, um bairro de classe média no norte de Los Angeles.
A família Jackson pediu uma segunda autópsia independente ao considerar que não estavam claras as circunstâncias nem o papel do médico pessoal de Michael, Conrad Murray, que estava com ele na hora da parada cardíaca. Uma primeira necrópsia realizada pelo Instituto de Medicina Forense descartou, em seu relatório preliminar, suspeitas criminais.
Serão necessárias “entre quatro e seis semanas” até que os resultados finais sejam divulgados, devido a alguns exames toxicológicos mais demorados. Enquanto isso, os três filhos de Jackson permanecem na casa dos avós paternos. Prince Michael I, de 12 anos, Paris Michael, de 11 e Prince Michael II, 7, podem se tornar o centro de uma violenta disputa judicial por sua guarda, em meio a informações e desmentidos sobre sua verdadeira origem.
“Vamos cuidar deles e dar a eles a educação que devem ter”, declarou Joseph Jackson.