O governo do Sudão do Sul e os rebeldes assinaram na manhã desta segunda-feira um novo decreto de paz em Adis-Abeba após intensas negociações que concluíram no exacto dia em que terminou o prazo dado pela comunidade internacional e pelos países da região para que um acordo fosse feito.
O secretário-geral do governante Movimento pela Libertação do Povo Sudanês (SPLA), Pagan Amum, e o líder dos rebeldes, o ex-vice-presidente Riek Machar, assinaram o aguardado documento para pôr fim a uma guerra civil de 18 meses na presença de vários líderes regionais.
No entanto, o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, cuja presença na Etiópia era incerta até o último momento, mantém reservas sobre o tratado, apesar da grande pressão à qual seu governo está sujeito.
Por enquanto, não foram divulgados os detalhes do texto, mas a última proposta da Autoridade Inter-governamental para o Desenvolvimento (Igad), que liderou o processo de mediação, incluía um governo de união nacional com cotas de poder para ambos os lados.
O presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta; o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn; e a presidente da Comissão da União Africana, Dlamini Zuma; entre outros estavam presentes na assinatura, que agora deverá ser referendada no Sudão do Sul, acção que falhou nas negociações anteriores.
O conflito no país começou em Dezembro de 2013 após as acusações que o presidente Kiir (de etnia dinka) lançou ao ex-vice-presidente Machar (da etnia rival nuer) por supostamente ter orquestrado um golpe de Estado contra ele.
A disputa política derivou em um conflito que deixou milhares de mortos, mais de 2 milhões de deslocados e a sensação de que nenhum dos dois líderes queria fazer concessões em nome da paz, já que vários pactos foram assinados, mas nenhum posto em prática.

