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Polícia suspensa após ser agredida e desprovida de arma de fogo em Angoche

Uma polícia que identificámos pelo nome de Eulália,  afecta ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Angoche, na província de Nampula, está suspensa das suas funções, desde a penúltima semana de Julho, por ter sido agredida e ficado sem uma arma de fogo durante o trabalho, à noite.

A visada, que irá responder a um processo disciplinar que ora segue os seus trâmites junto daquela instância do Estado, foi vítima de agressão física perpetrada por indivíduos ainda a monte, nas instalações do Comando Distrital da PRM em Angoche.

Em consequência da situação, a polícia contraiu ferimentos graves e perdeu alguns bens pessoais. Entretanto, quando Eulália informou os seus superiores hierárquicos sobre o que se passou, ela foi imediatamente conduzida a uma cela, onde permaneceu pelo menos 24h00 sem direito a tratamento médico alegadamente por ter sido negligente.

O @Verdade deslocou-se ao Comando Provincial da PRM em Nampula para perceber o que se passou. O porta-voz da instituição, Paulino Cachimo, confirmou o caso e responsabilizou a sua colega pela ocorrência.

O nosso entrevistado alegou que a sua colega estava a dormir durante a hora de trabalho; por isso, os meliantes “desferiram golpes sobre ela e retiraram-lhe a arma. (…) Há um processo disciplinar que está a ser instaurado contra ela e sabe-se que, segundo rege o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes dos Estado, se for provada a culpa ela pode vir a ser expulsa” da corporação policial.

Cachimo assegurou ainda à nossa Reportagem que já são conhecidos os indivíduos que maltrataram Eulália mas os mesmos ainda não foram detidos.

Enquanto isso, apurámos que para chegarem ao local onde a vítima trabalha os supostos bandidos fizeram-se passar por um irmão de Eulália e efectuaram uma chamada telefónica para ela com vista a certificarem-se de que naquela noite estaria escalada para mais uma jornada laboral. Para a Polícia, a artimanha a que os meliantes recorreram levanta suspeitas.

Refira-se que no bairro de Muatala, na cidade de Nampula, uma outra agente da PRM, jovem e recém-graduada, foi abusada sexualmente e morta à faca por indivíduos também ainda a monte, na madrugada de 05 de Agosto em curso, na sua própria casa. A vítima, cuja identidade não foi possível apurar, era natural do Niassa.

Em conexão com este crime, três cidadãos encontram-se detidos na 1ª esquadra da Polícia, segundo Cachimo. A província de Nampula, a cidade em particular, tem sido palco de actos de criminalidade que vão desde os linchamentos de supostos ladrões a assassinatos de presumíveis malfeitores pelos agentes da Lei e Ordem, que parecem estar a perder terreno.

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