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SELO: Moçambique é uma passarela “made in Angola”? – Por Dércio Tsandzana

O debate sobre a cultura moçambicana, nomeadamente sobre a nossa música, já atingiu contornos de algum cansaço pois são debatidos os mesmos assuntos sem soluções concretas. Penso que não me podia calar perante os sinais de que enferma a nossa música. Depois de Yuri da Cunha ter estado no país para comemorar o que se chamou de mais um ano de carreira, esteve aqui, há dias, o Puto Português para comemorar os propalados 10 anos também de carreira, com direito a uma publicidade feita com pompa e circunstância na STV, em horário nobre que até chegava a cansar.

Do mesmo jeito, acompanharemos, agora, a vinda de Yola Semedo, que, mais uma vez, escolheu Moçambique para comemorar os seus 30 anos de carreira e para efectuar o lançamento do álbum “Filho Meu”. O evento de Yola é Igual ao de Puto Português, mas com mais expressividade, uma vez que parece que ela virá mesmo residir por cá. A senhora irá realizar mais de três shows e com direito a uma nata de convidados que vão actuar em Maputo, na Beira e em Quelimane.

Igual a Yuri da Cunha, Puto Português e Yola Semedo, parece que o empresário Adelson Mourinho, mais conhecido por Bang, e dono da conceituada agência de produção e promoção de música, a Bang Entretenimento, não quis ficar ultrapassado. Assim, ele vai trazer a Moçambique, em Setembro próximo, a prestigiada “Team de Sonhos”.

Contudo, há aqui um dado curioso nisso tudo, o facto é que se promovem esses shows e lançam-se nomes de artistas que muitas das vezes depois não efectivam os concertos e pedem desculpas nas vésperas do evento enquanto já se venderam os bilhetes. Outrossim, noto, com alguma persistência, que muitos dos artistas moçambicanos que actuam nesses shows são sempre, sempre e sempre os mesmos.

Não quero condenar quem promove estes concertos, porque o fazem para ganhar dinheiro e nada mais. Ademais, os angolanos cantam e têm o seu valor nacional e internacional na música, mas cabe a nós (moçambicanos) fazer a nossa parte.

Dito isto, este é um caso para questionar: Será que o país é assim tão apetecível, ou os angolanos descobriram uma forma fácil de fazer dinheiro?

Por Dércio Tsandzana

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