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Moçambique é campeão mundial de salto à corda

Moçambique é campeão mundial de salto à corda

Foto cedida pela World Jump Rope Federation A selecção nacional de salto à corda, composta por cinco atletas, nomeadamente Aristides Nandza, Elves Domingos, José Júnior Tavete, Ricardo Sitoe e Zefanias Magaia sagrou-se campeã do mundo na especialidade de “Double Dutch”, também conhecida por salto acrobático à corda, ao ocupar a primeira posição no certame que decorreu na França entre os dias 21 e 26 do passado mês de Julho.

Diferentemente das outras modalidades em que quando partem para uma competição internacional os atletas beneficiam da ajuda de custo, os cinco acrobatas nacionais que se fizeram ao Campeonato Mundial de Salto à Corda, realizado no pretérito mês de Julho, na França, não tiveram pocket money, mas conseguiram conquistar um dos troféus do Mundial de Rope Skipping, à frente de equipas dos Estados Unidas da América, China, Japão e França.

O combinado nacional, único representante do continente africano, conquistou um total de 13 medalhas, entre ouro, prata e bronze, assim como oito taças, o que culminou com a primeira posição na especialidade de salto acrobático à corda.

Segundo Mussá Tembe, presidente da Federação Moçambicana de Ginástica, apesar das dificuldades que enfrentaram ao longo da preparação e no decorrer da prova, os atletas, com muito sacrifício e acima de tudo humildade, conseguiram sagrar-se campeões mundiais.

“A Federação Moçambicana de Ginástica está orgulhosa do feito alcançado pela selecção nacional no Campeonato Mundial de Salto à Corda. Mesmo com as contrariedades, os atletas conseguiram representar condignamente as cores da bandeira nacional. Eles viajaram sem nenhum dirigente porque não tínhamos fundo para pagar as passagens. Alcançaram um feito inédito, graças ao sacrifício e humildade, acima de tudo”.

“Humildade e espirito de sacrifício culminaram com um título mundial”

Foto cedida pela World Jump Rope Federation Os ginastas nacionais foram informados de que fariam parte do Campeonato Mundial de Salto com Corda um mês antes do arranque da competição e tiveram que acelerar a sua preparação para o certame com recurso a sessões bi-diárias.

Ricardo Sitoe, de 21 anos da idade, um dos atletas que participaram naquela competição disputada na França, declarou que o título mundial alcançado pelo combinado nacional é o resultado do trabalho levado a cabo antes da prova.

“Não é uma tarefa fácil como muitos pensam, visto que fizeram parte do “Mundial” 23 países. Antes do arranque do certame fomos submetidos a eliminatórias para lutarmos por um lugar na grande final. Competimos em quatro provas, mas conseguimos o apuramento para a finalíssima em duas categorias”, disse Sitoe para depois acrescentar o seguinte. “Depois de nos qualificarmos para a derradeira fase da competição, fizemos um treino para reajustar as nossas coreografias de modo a exibirmos um excelente bailado na última fase. Felizmente, graças ao espírito de sacrifício e trabalho desenvolvido pelo grupo, conseguimos terminar a prova na primeira posição”.

Ricardo, que se iniciou na ginástica em 2005, ano em que a modalidade começou a ser praticada no nosso país, espera que depois destas vitórias surjam mais apoios. “Esperamos que o Governo ajude a expandir a modalidade nas restantes províncias. Gostaria que se praticasse o Rope Skipping nas outras parcelas do país da mesma forma que se treina o futebol”.

Prosseguindo, o nosso interlocutor declarou que antes do arranque da competição a Federação tentou bater portas de modo a obter o valor de ajuda de custo para os cinco ginastas, mas as suas aspirações foram “sol de pouca dura”, uma vez que nenhuma empresa manifestou disponibilidade de alocar o fundo e, por via disso, os acrobatas foram para a França de mãos a abanar.

“Não tivemos o pocket money. Antes da viagem para a França tentámos pedir ajuda ao empresariado nacional, mas não tivemos resposta. Face a isso, viajámos sem ajuda de custo. Na França as despesas inerentes ao transporte, à alimentação e ao alojamento foram custeadas pela organização da prova”.

“Missão cumprida”

Por seu turno, Aristides Nandza, atleta da selecção nacional, não conseguiu esconder a satisfação por ter conseguido conquistar o Campeonato Mundial de Salto à Corda. O atleta disse ao @Verdade que está com o sentimento de missão cumprida, visto que naquela prova competiram com os melhores atletas do planeta e alguns deles são ídolos para eles.

“Antes do arranque da competição prometemos que íamos lutar para representar condignamente as cores da nossa bandeira. Competir com atletas experientes e com melhores condições que as nossas; porém, isso não nos desanimou mas sim serviu de motivação. Mostrámos ao mundo que, apesar das adversidades, em Moçambique existem acrobatas talentosos. Por aquilo que fizemos antes e no decorrer da competição, sentimo-nos com o sentimento de missão cumprida”.

Já Elves Domingos, atleta, treinador e chefe da delegação moçambicana que se fez ao “Mundial”, mostrou-se feliz por ter superado países que apostam fortemente na modalidade e declarou que esta conquista é o corolário do trabalho feito pelo grupo nos últimos anos.

“No ano passado participámos numa competição internacional, também, realizada na França e terminámos na segunda posição. Depois deste feito começamos a trabalhar com o Campeonato Mundial de Salto à Corda, Rope Skipping, no horizonte e, felizmente, conseguimos terminar a prova em primeiro lugar. Este título é o corolário do trabalho levado a cabo nos últimos anos. Espero que depois desta conquista as pessoas que gerem o nosso desporto apostem mais nesta modalidade, porque, em termos de talento Moçambique, não deve nada a ninguém”.

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