Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Álcool, excesso de velocidade e demais infracções acabaram com a vida de 39 pessoas e deixaram 85 feridos na semana passada em Moçambique

Pelo menos 39 pessoas perderam a vida, 43 ficaram gravemente feridas e 42 contraíram traumas ligeiros em consequência 43 acidentes de viação, numa semana em que a Polícia da República de Moçambique (PRM) afirma ter autuado 491 condutores que se faziam ao volante altamente bêbados.

Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da PRM, mostra-se indignado questionando se é possível não registar esta tragédia “se nas nossas avenidas e estradas circulam indivíduos como os 491 interpelados em estado de embriaguez grave”.

Estes condutores são apenas os que caíram nas mãos da Polícia nos locais onde tinham sido destacadas equipas de fiscalização. Assim, o porta-voz admite que tantos outros automobilistas, com o mesmo tipo de comportamento, podem estar a circular nas vias onde não os agentes da Lei e Ordem não se fazem presentes para a regulação do trânsito e cometem desmandos que culminam em desgraça.

Pedro Cossa disse no habitual briefing com a Imprensa que as estratégias a que a corporação recorre para o combate à sinistralidade rodoviária, “também usadas pela Polícia de outros países”, que consistem no controlo do álcool nos automobilistas, na velocidade e diálogo (sensibilização) “não estão a resultar” porque semanalmente há mais gente que morre nas nossas rodovias.

Segundo ele, não faz sentido que numa semana 39 indivíduos percam a vida – “é muita gente” – por causa da imprudência dos condutores. Uma pessoa morta em virtude da sinistralidade rodoviária já “é preocupante” e imagine-se quase quatro dezenas. “O desejo é que não haja nenhum acidente nem um óbito”.

Dos 43 sinistros rodoviários, 17 configuram atropelamentos, oito choques entre carros e nove despistes e capotamento, “só para citar alguns exemplos” e uma das causas foi “o excesso de velocidade”.

Os condutores que protagonizaram o maior número de acidentes de viação têm idades compreendidas entre 32 e 38 anos, seguidos dos de 25 a 31 anos, segundo Pedro Cossa, acrescentando que “os horários de maior sinistralidade e óbitos foram das 06h00 às 09h00, com 13 acidentes, que resultaram em 14 mortos, ou seja, quase uma perda de vida por cada desastre.

Das 12h00 às 15h00 aconteceram oito sinistros que resultaram em seis mortes. Na semana em alusão foram fiscalizadas 36.715 viaturas – contra 35.886 em igual período de 2014 – e a Polícia infligiu 5.944 multas por várias irregularidades, para além de 161 veículos apreendidos também por diferentes infracções. Oitos indivíduos foram detidos por se fazerem ao volante sem carta de condução.

“O remédio desta tragédia é as pessoas passarem a conduzi com consciência. Os carros não descolam e não têm asas. Deve haver prudência. A tendência de querer andar mais rápido sem o domínio da condução acaba em desgraça”, disse Pedro Cossa, acrescentando que o tipo de condução que é possível observar na cidade de Maputo, por exemplo, “é uma barbaridade”.

Na opinião do agente da Lei e Ordem, não constitui verdade absoluta o facto de que os acidentes acontecem por causa do aumento do parque automóvel no país, sobretudo nos centros urbanos. O problema é o comportamento das pessoas, há falta de obediência ao Código da Estrada e respeito pelos outros condutores.

O @Verdade perguntou a Cossa o que tem sido feito em relação aos automobilistas que semanalmente são punidos por condução sob o efeito de álcool. De acordo com ele, “as cartas são retidas e entregues ao INATTER”, que é a entidade emissora. “Geralmente, esses indivíduos estão inibidos de conduzir, que eu saiba, no mínimo, durante um ano. São simplesmente criminosos”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!